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Atualizado: 13 de julho de 2025


«Mas nenhuma cousa ha n'este mundo em que se deva ninguem muito fiar; que aquela grande segurança em que Bimnarder estava, em lugar tam ermo, lhe não pôde durar, como agora vereisDe como Lamentor casou Aonia com o filho de um cavaleiro seu comarcão, e do que Enis aconselhou a Aonia que fizesse

«Mas, pelo luto de Lamentor, e pelo apartamento de sua vida, não o soube Aonia senão no dia antecedente áquele em que a haviam de levar para o castelo, que em sua casa não queria Lamentor ver prazeres, e bem lhe pareceu que se não desconcertaria Aonia do esposo; porque era bem posto cavaleiro, e, dos bens do mundo, abastado; e por isso tambem escusava dizer-lh'o então.

«Não passou muito que, por aquele lugar, não viesse um dos servidores de Lamentor, que atravessava para o castelo. «Quando Bimnarder soube d'êle que Lamentor tinha ordenado fazer ali uns paços grandes, e morar n'êles toda a sua vida, algum repouso mais deu isto a Bimnarder; que, d'antes, a pouca certeza que tinha da estada de Aonia n'aquela terra lhe dava grande fadiga ao pensamento.

«Mas, de todas, uma me vem á memoria, e lembra-me que dizia meu pae que êle a cantára, e ouvira-lh'a a ama da menina. «Por certo, parece que assim o ordenou a ventura para que Aonia fosse sabedora de seu cuidado, quando êle de todo andava desesperado; e, não se podendo d'ali apartar, ordenava, andando desvairadas cousas de si, que desvairadamente o atormentavam.

«Bimnarder, que logo a creu, porque era mulher, sobre a cabeceira onde pobremente estava encostado, se lhe deixaram cair umas ralas lagrimas, causadas d'entre contentamento e muita dôr, que de ambas as duas costumam élas ás vezes vir, as quaes fizeram certa a Enis do grande bem que êle a Aonia queria; e não lhe esqueceu contar-lh'o éla depois.

«Mas Aonia, que bem via os olhos de Bimnarder como ficavam, tomou uma manga de sua camisa, e, rompendo-a, pera remedio de suas lagrimas lh'a deu, significando, na maneira de como lha deu, o pera que lh'a dava; que parece que a dor grande que sentia não lh'o deixou dizer por palavras; mas, em lh'a dando, pôs os olhos nos seus, dizendo-lhe assi: «Pesa-me, pois a minha ventura ou desaventura, não quis que eu vos deixasse de magoar com o que eu não quisera

De como Bimnarder, estando na fresta de Aonia, adormeceu, e se lhe foram, por sonho, os pès, e caiu «Deixou-se Bimnarder ficar á fresta, e ali esteve até pela manhan, que tam ocupado lhe ficou o pensamento d'aquelas palavras que lhe Aonia dissera, em se indo, e da maneira como lh'as dissera, que uma cousa e outra não lhe dava a mais vagar, nem tam para se lembrar de fugir ao tempo.

«Assentando-se então Aonia na borda d'aquella sua pobre cama, lhe pôs a mão, e quisera-lhe dizer alguma cousa, mas não pôde, que lhe faleceu o espirito. «Virando-se Bimnarder, e vendo a, tambem lhe faleceu o seu.

«E sucedeu no castelo um filho de um cavaleiro muito valido e rico n'esta terra, que, por meio de visinhos, desejou a Aonia para mulher, o que foi depressa acabado, pela igualdade d'ambos n'aquilo em que a quiseram aqueles em que estava o «praz-me» do casamento.

Deveis-vos, senhor, ir para onde ieis; não tomareis ao menos parte em tanto luto, porque as mágoas alheias tambem doem a quem as . Perdoae-me, que não tenho agora outra cousa em que vos sirva a vossa boa vontade.» «O cavaleiro, passando os olhos pela senhora Aonia: «Eu não tenho d'onde ir d'aqui», lhe disse.

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