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Se Fernão de Magalhães affirmou a sua auctoridade de forma tão cruel, deve-lhe ser levado em conta a rudeza dos tempos e a imperiosa necessidade que a isto o obrigou, para não vêr completamente perdida a sua gloriosa empreza. Vida e Viagens de Fernão de Magalhães por Diego de Barros Arana. Navarrete publicou este processo a pag. 10 do tomo IV da sua Coleccion.

Segundo diz Diego Arana, onze dias gastaram os dois marinheiros para chegarem a S. Julião e tão penosa foi esta jornada, sem terem quasi que comer, que ao apresentarem-se a Magalhães, nem este nem os mais companheiros os reconheceram, tão desfigurados vinham. O tempo continuava tormentoso; as tempestades succediam-se não permittindo qualquer tentativa de navegação.

Em Mactan deixaram Magalhães morto, que nem seu cadaver puderam arrancar do poder dos indigenas, e assim perderam a alma d'aquella empresa que assombrou o mundo; em Zebú ficavam Duarte Barbosa e João Serrão com seus companheiros victimas de uma traição. De melhor sorte eram dignos aquelles bravos, que nem tiveram quem alli os vingasse. Diego Arana, Vida e viagens de Fernão de Magalhães.

A latitude austral d'este cabo foi marcada pelos navegantes em 50° 40'. O capitão King marcou depois a latitude do mesmo cabo em 53° 43', pelo, que, como nota Diego Arana, é para admirar que, com os instrumentos bastante imperfeitos de que então dispunham os navegantes, podessem fixar com tão pequenas differenças a latitude dos logares em que se encontravam, em relação ao equinoxio.

Passou-se o dia 26 e a noite em aprestos para o ataque. O grande capitão reuniu todos os homens de guerra, que não excediam a sessenta, pelo que diz Diego Arana, armados de couraças e de cascos; o resto eram enfermos, incapazes de entrarem em combate.

Os indios cahiram em massa sobre o desventurado capitão; crivaram-n'o de flechas, lançaram sobre elle pedras para o acabarem de matar, e quando estavam bem seguros de que elle não tinha alento de vida, é que deixaram a presa! Diego Arana, Vida e Viagens de Fernão de Magalhães. Idem.

Os escriptores que se referem a este successo divergem emquanto a datas e a victimas do naufragio, Diego Arana, porém, segue a ordem chronologica dos factos e estabelece aquella data, assim como descreve o naufragio e as victimas.

Esta obra nunca foi publicada, apesar d'isso extrahiram-se d'ella algumas copias, que alteraram muitos pontos essenciaes das viagens de Magalhães, o que bastante deprecia o seu conhecimento, e Diego de Barros Arana, diz que viu em Madrid uma d'essas copias, de letra do seculo XVI que possuia o erudito bibliophilo D. Paschoal de Gayangos.

A epocha era d'aquellas aventuras que melhor iam a estes povos, hespanhoes e portuguezes que por egual andavam empenhados nas descobertas. Vida e Viagens de Fernão de Magalhães por Diego de Barros Arana. Que trabalhosa viagem antes de chegar ao porto desejado! Cortada de temporaes e de discordias, que de uns e outras não faltaram para experimentar o animo do ousado navegador.

Este testamento foi conhecido em 1855, segundo diz Arana, que d'elle teve conhecimento por uma copla de Ferdinand Diniz, que a houve de um herdeiro de Magalhães. Mediaram cerca de tres annos entre os successos que levaram Fernão de Magalhães a renegar a nacionalidade portugueza, e a sua entrada em Sevilha a 20 de outubro de 1517.

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