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Quantas vezes, lendo a historia do passado, não nos atravessa o espirito a dúvida de que fôsse possivel ao fragil organismo humano resistir aos ferozes martirios fisicos e morais que as paginas ensanguentadas de todos os povos nos mostram; mas, olhando em roda de nós, sabendo o que se faz ainda hôje e que a tirania não pode esconder ao nosso conhecimento, porque os protestos dos condenados resôam mais alto na consciencia humana ou os nossos ouvidos se apuram mais para os escutar, convencêmo-nos de que é um facto esse embrutecimento sensacional que pela propria violencia da dôr atenua a mesma dôr, que quasi nos insensibilisa á força de sofrer.

Voltando atraz, e penetrando com elle discretamente no corredor, meio alluido do andar nobre do palacio maldicto, pedimos licença para o guiarmos pelo som das vozes, que parecem altercar em uma sala proxima, até o seio mesmo do congresso dos conspiradores, que alli pleiteiam competencias, e apuram alvitres afim de coadjuvarem as armas nacionaes e os progressos dos alliados.

Não apuram o gosto as traducções, pelo contrario estragam-n'o. Fundamentaremos este asserto.

Anunciam os augures políticos que esta guerra traz comsigo a libertação das pequenas nacionalidades. Mas, entrevendo em semelhante empreza mais do que uma conquista de meras liberdades políticas e de independência dos povos, recordando a dissolução do império romano, seguida da fragmentação medieval, e aproximando-a da revolução iminente dos impérios modernos nas suas tendências descentralisadoras, amplamente e brilhantemente exemplificadas na Inglaterra, não estará muito afastado da realidade quem supozer a política levada neste pendor pelo surdo impulso de fôrças morais e religiosas, pela pressão das exigências da mentalidade característica da nossa era. Á liberdade do pensamento, emancipada de toda a espécie de dogmatismo, exaltada e avigorada pelo estudo, pela experiência e pela reflexão, corresponde a pulverização das crenças e das aspirações, a infinita variedade do modo de ser intelectual, moral, religioso e estético do nosso tempo, demandando com a legitimidade da revisão e contestação de toda a a legitimidade e direitos de tolerância de todo o espírito nas suas manifestações especulativas e concretas. Dentro de grandes linhas psicológicas fundamentais, a diversidade é extrema e reclama liberdades correlativas, a assegurar-lhe a expansão. Quando, por exemplo, e o mais vulgar, uns pedem «Deus, Pátria e Rei» e outros exigem «Liberdade, Igualdade e Fraternidade», podemos estar certos de que de cada lado não se apuram algumas centenas de homens que vejam Deus no mesmo altar, que amem na pátria as mesmas feições, que dêem ao rei o mesmo trono, que encerrem a liberdade nos mesmos limites, repartam pela mesma medida a igualdade e sintam pelo mesmo coração a fraternidade. Ora

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