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Atualizado: 22 de junho de 2025


A Carlos Campos Isto aconteceu ha cerca de mil annos, em terras japonezas: um cavallo, que o grande artista Kanaoka desenhára n'um biombo do templo de Ninnadji, perto de Kioto, era uma tão bella creação, cheia de verdade e palpitante de vida, que todas as noites se escapava do papel para ir galopar pelos campos em roda, culturas fóra, devastando a esmo as sementeiras; e o caso dava-se, claramente, com magno espanto e raiva dos camponios, que o perseguiam á pedrada.

Estes camponios, impressionados pelas fórmas incomparaveis do animal, persuadiram-se por fim de que elle não podia ser outro senão o cavallo de Kanaoka; e a persuação converteu-se um dia em certeza absoluta, quando viram na pintura as patas do travesso, humidas ainda da lama fresca dos caminhos.

Ainda outro cavallo de Kanaoka, que era mestre no genero, cavallo desenhado n'uma parede interior do palacio imperial, tinha o vezo de ir devorar pelos jardins as flores tenras do açafrão; e cessou a brincadeira quando alguem se lembrou de retocar a obra, amarrando o patife á parede com um pedaço de corda pintada para o effeito. Ora bem.

De muitas maravilhas é sem duvida capaz a mão inspirada d'um artista!... Esses dois cavallos de Kanaoka, nascidos d'uma gotta de tinta e de algumas curvas humoristicas de pincel, mas em todo o caso ungidos do sopro sublime do eximio mestre, animavam-se por momentos, soltavam-se da tela, e ahi iam elles!... Felizes bohemios eram e felizes tempos eram.

Ora aqui estão umas cavalgaduras bem authenticas, bem vivas, bem reaes, de carne e osso; e que, se fossem lidas em coisas de arte antiga nacional mas não são, por certo muito invejariam as simples creações no papel da mão de Kanaoka.

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