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Atualizado: 19 de julho de 2025


Um dia começou a lembrança de Hedwige a occupar-me a imaginação. Seria uma saudade viva? algum presentimento? Lembrar-se-hia ella tambem de mim n'esse instante? Julgava-a morta, criança e debil como era. Sem Hedwige, para que queria eu a vida? Oh! se a visse ainda uma vez morreria contente, resignado, perdoando tudo quanto os que se dizem meus similhantes me fizeram soffrer.

Hedwige tinha-me expirado nos braços; soltára a alma candida, acrysolada nas tribulações, no ultimo beijo, que recebeu de mim. D'ahi por diante a vida pareceu-me mais impossivel de supportar; eu não vivia, vegetava como o lichen no fundo de uma caverna escura. A imbecilidade proveniente da atonia e dos pesares indescriptiveis prolongara-me a existencia vegetativa. Lembrava-me minha mãe.

Ficámos suspensos, esperando o hymno que havia romper dos labios sellados por um mysterio profundo. Como deixou ella a casa de seus paes, nas sombras da noite medonha? Como soube onde estavamos; quem a trouxe aqui? Fôra o amor, esta illuminação da segunda vista. Hedwige proferiu, depois de alguns instantes de repouso, com a voz entrecortada e tremula: Ainda é tempo!

Quando tornou a si, e conheceu que ia compartilhar commigo a mesma sorte, sorriu-se, com a expressão divina da alegria dolorosa e da resignação. Dias depois leram-nos a sentença. Doze annos de desterro e trabalhos na Siberia. Hedwige escutou impassivel.

Pobre Hedwige; ella abraçou-me e sorriu-se: Tens medo? vejo-te tão pallido! Receias que eu não tenha coragem para corresponder á tua bravura? Eu sou mulher, é verdade. Era ao suspiro de uma mulher que a liberdade romana acordava sempre. Lucrecia e Virginia ensinaram-me tambem a ser forte um dia.

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