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A demonstração foi completa. Será difficil produzir mais persuasiva accusação das demencias crueis do despotismo do que essa estampada para sempre nas paginas da Historia da Inquisição. A irradiação do espectro correspondeu ao ardor da que o evocou para o anathematisar.

A Val-de-Lobos não chegava o tumulto da cidade, o rumor das suas infamias, das suas dissipações e das suas depravadas demencias; mas calava-se tambem, no affastamento dos homens, o murmurio de amizades, aspirações e crenças, que todo o coração amoravel escuta e repete, distinguindo-o no meio de pragas e discordias, alimentando-o e alimentando-se por esse pulsar de harmonia que incessantemente funde a sua vida na vida estranha.

Hoje, como então, a carne e o vinho são companheiros e cúmplices nessa embriaguez do nosso sangue e da nossa alma que nos conduz aos infernos de todas as demencias e abjecções. O seu processo na desmoralização das raças é sabido.

Foi alli que, registando os conflictos de classes e os desmandos, abusos e rapinas dos senhores, conheceu e nos denunciou os crimes da sociedade, acautelando-nos contra a nossa propria quéda em orgulhosas demencias de virtude, satisfeita e pedante nas commodidades da sua condição e alheia de sensibilidade e intelligencia aos males gerados d'ella mesma. «Mentirosa, corrupta e , cheia de erros, preoccupações e vicios, damnada nas instituições e nas leis, nas crenças e nos costumes», a sociedade, disse-nos Alexandre Herculano em conclusão do estudo dos factos que lhe corroborava os impulsos do coração, «educa as gerações e os individuos, legando-lhes largo capital de perdição; e quando os arbustos plantados em terra peçonhenta, tendo bebido uma seiva venenosa produzem seus fructos de morte, o mundo, ao mesmo tempo malvado e hypocrita, horrorisa-se, abomina a sua obra, e ajuntando-se á roda do cadafalso dos suppliciados, que elle proprio conduziu, saúda uma cousa, a que pôz por nome justiça, e que não é mais que uma desculpa embusteira da ignorancia e de perversidade, não do individuo criminoso, mas desse vulto hediondo e informe chamado sociedade, para o qual não ha nem leis, nem punição nem algozes» .

Mas nem por isso condenando-o em palavras, banimos o catonismo dos nossos corações e deixamos de sacrificar á sua desapiedade soberba tanto os homens nossos irmãos como os animais a que as demências da nossa vaidade passaram diploma de inferioridade.

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