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Atualizado: 12 de maio de 2025
Nunca pude crer O que agora creio: Cegou-me o prazer Do mal que me veio. Ah ventura minha, Como me negaste! Hum so bem que tinha, Porque mo roubaste? Triste fantasia Quanta cousa guarda! Quem ja visse o dia, Que tanto lhe tarda! Nesta vida cega Nada permanece; O qu'inda não chega, Ja desaparece. Qualquer esperança Foge como o vento: Tudo faz mudança, Salvo meu tormento.
Prendeu-me a rola sob a sua aza. Ao sentir-lhe a carícia desarmou-me de vontade e firmeza que, estando em mim, não mais me pertenceram. Cegou-me a côr morena do seu colo. Sua voz, seu olhar... foram algemas.
Segui de olhos vendados a ilusão. Para que não visse a aspereza do meu trilho, para me guardar de espectros que o assaltam, para me ocultar torpezas dêste mundo, cegou-me e desviou-se do caminho, juncado só de cardos, em que um ríspido destino me trazia. Ergueu-me em suas azas e levou-me
Pues sin vos placer no siente Mi vida, ni lo desea, Si no quereis que yo os vea, Qué veré que me contente? Sem vós, e com meu cuidado. Glosa. Querendo Amor esconder-vos Em parte que vos não visse, Co'o extremo de querer-vos Cegou-me os olhos com ver-vos, Levou-vos, sem que vos visse.
Falei mal de Deus e dos homens! Cegou-me o orgulho, e deixei-me arrastar pelas loucuras da tristeza. Desesperei da Providencia no momento em que ella nos accudia!... Só Deus é grande, filho! O que somos, e o que podem os nossos juizos falliveis em presença da sabedoria eterna?! Arrepende-se?
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