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Mostra-te bem melhor sua belêsa, Seus verdes olhos de alma, a fronte e o rôsto Que as lagrimas sombrias de tristêsa. Seja alegria eterna o teu desgôsto Corporeo, transitorio! Seja aurora De idilio o teu dramatico sol-pôsto! A alma ajoelha e resa, mas não chora. Memoria, Elisios Campos, Paraiso, Espirituaes Paisagens! Vales de luz, outeiros de sorriso, Onde vivem as misticas Imagens.
"Vejo Saudade e Eurìdice... Perpassam Na neblina que a vista, enfraquecendo, Ergue nos ensombrados, êrmos longes. "E sempre que a Saudade se aproxima De Eurìdice, alta Sombra de belêsa, Esta quasi resurge; e, no seu rosto, Vago, sanguineo alvôr, sorrindo, aflora. "Ó silencio dos Êrmos! Ó meu canto, Perdido e morto, em mim, revive!
E o Doido estremeceu, sentiu pousar-lhe Na fronte sonhadora, aquela neve Que desgasta a belêsa, o sonho, a graça, Roendo a flôr da carne, anoitecendo A harmoniosa luz das linhas puras, Desencantando as formas, redusindo-as Á sêca, esteril cinza da Verdade. E a Morte, ao afastar-se, respondeu: "Que hei de fazer? Cumprir o meu fadario.
E as estatuas mutiladas pela primeira vez sentiram aflorar aos seus olhos de marmore, divinamente impassiveis, uma lagrima de humana piedade... A Belêsa antiga morrêra! Debalde os invasores, num supersticioso temor de parvenus selvagens, tentaram ressuscital-a e com ela o mecanismo complicado e sabio da administração romana.
Como perde a paisagem a belêsa: A penumbra que a veste, e é sonho e graça... Adeus, ó Morte, ó velha irmã Da sombra, do silencio e do luar... Ó frio desencanto da manhã! Já vejo naufragar, Na voragem da aurora, o meu cantar! Ó claridade! Ó sol! Ó sol! Aparições do Ruido! Movimento desmedido! Poeira humana... Actividade!
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