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Atualizado: 2 de junho de 2025
Logo abaixo dos açudes, ficava de uma banda do rio a azenha do Euzebio moleiro, e da margem opposta, um pouco mais abaixo, a azenha do tio Anselmo. Eram dous velhotes viuvos, de bons sessenta annos, e amigos desde creanças. Para contradicção do anexim popular, estes dois moleiros queriam-se como dois irmãos, a despeito de serem do mesmo officio.
O moleiro, desde que o filho casára, andava-lhe tudo á medida dos seus desejos. Era ganhar dinheiro como milho, e o futuro da familia dos Ventosas surgia brilhante no horisonte. O Manuel estava de feito aposentado na azenha do Ignacio Codeço, e com uma labutação de por ahi além.
Ao passar, alta noite, pelo atalho da azenha, ouvia-se lá dentro o ruido trémulo da mó, o marulho triste da levada; e, como fazia um luar de primavera, vi destacar-se claramente no fundo azul do céo, agachada sobre o esgalho nodoso de uma figueira, que ficava ao lado em vez do alegre rouxinol, que ali cantava todas as noites uma coruja muito grande, a piar, a piar...
Só havia uma differença, e era que Perpetua Rosa, protegida pelo genro, perdêra pouco a pouco o medo que tomára a Bartholomeu desde aquella historia das saccas, e já se engrifava para elle sem cerimonia. Encontrando-se ás vezes na azenha, nem uma só deixavam de se travar de razões por qualquer palha podre. De resto, tractavam-se com apparente cordialidade.
Toc, toc, toc, como se espaneja, Lindo o jumentinho pela estrada chan! Tão ingenuo e humilde, dá-me, salvo seja, Dá-me até vontade de o levar á egreja, Baptisar-lhe a alma p'ra a fazer cristan! Toc, toc, toc, e a moleirinha antiga, Toda, toda branca, vae n'uma frescata... Foi enfarinhada, sorridente amiga, Pela mó da azenha com farinha triga, Pelos anjos loiros com luar de prata!...
Não tardou a adormecer no somno do justo, e em placidos sonhos balouçou-se todo o resto da noite entre a azenha do Ignacio Codeço e o casal de seu irmão Barnabé. Saía ás vezes desta hesitação beatifica sonhando no gatazio que ía pregar ao Agostinho, e ria com um rir de innocencia. Era um sancto velho aquelle Bartholomeu da Ventosa!
Quando um visinho entrou na azenha do Euzebio, para lhe dar a noticia da morte do filho, encontrou o moleiro sentado na ilharga da cama, a resar, com os olhos postos n'um crucifixo, e um rosarío entre os dedos. Rese-lhe por alma! disse o visinho a chorar.
Elle aproveitára habilmente o caso para passar por bom pae e generoso, e ao mesmo tempo para se esquivar ao menor acto de beneficencia o resto da sua vida, affirmando que se empenhára até os olhos para comprar e reparar a azenha do Ignacio Codeço e estabelecer lá o seu rapaz, quando a verdade era que, comprada e reparada a azenha, posta a casa aos noivos, adquiridos seis machos, paga a soldada de tres mezes a dous moços, provída a dispensa, e deixadas algumas moedas para as despezas diarias, ainda um certo numero de louras do padre prior tinham ido cahir, como já disse, no escaninho onde jaziam sem ver sol nem lua aquellas que o moleiro acabava de contar.
Desciam abaixo, á azenha, subiam pelo carreiro que se via do outro lado, atravez do monte, depois chegando acima encontravam um caminho; não tinham mais do que seguil-o e lá iriam ter. Era um sitio muito lindo! Ainda o anno passado ali tinha estado o director das obras publicas com uma familia de Coimbra.
Todos os que alli vieram tinham as suas pretensões; não o queriam na camara senão para as satisfazer. Bem se importavam elles com as cousas do concelho! Cada um cuidava de si, da sua fonte e da sua estrada. Quando esteve na junta, o Mattos, da Azenha, ficou de mal com elle porque não lhe mandou compôr o caminho do Freixial.
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