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Atualizado: 11 de junho de 2025


Modernamente, quantos outros me chamavam, ainda mais queridos ao meu coração, ainda mais intimamente e estreitamente identificados com todas as recordações mais doces da minha vida intellectual... Era Michelet, o poderoso encanto allucinante; era Balzac, a vida intensa que pullula em creações immortaes; era Renan, a graça emballadora, ondeante e morbida, que anesthesia e faz sonhar; e Taine, o vigor soberbo da idéa servido por um temperamento possante de artista e de poeta, um Spinosa que tivesse o pincel do Veronez para traduzir as visões do seu pensamento altissimo; era Musset, o divino; era Sand, e Sainte Beuve, e Hugo, e Lamartine: e cada um me attrahia por um lado ou por muitos lados da sua sensibilidade e do seu genio, e cada um me dizia a palavra magica que faz parar, suspenso, embevecido, um espirito de poeta e de artista, humilde embora...

Ah! tinham o seu que de terrivelmente phantastico essas grotescas figuras de cera, de cartão, ou elasticas representadas em mil differentes posições dolorosas; essas asquerosas deformidades arrancadas ao corpo humano durante a profunda somnolencia da anesthesia, e esses ferros de gume delicado e garras dilacerantes illuminados pelo reflexo tremulo do gaz que, borboleteando por elles em filetes luminosos, parecia dar vitalidade e contracções a toda essa inanimada galeria de raros exemplares perfeitamente trabalhados ou habilmente operados.

Por estas palavras sinceras e que Renan honrou tão nobremente, em uma longa existencia laboriosa, honesta e casta, consagrada ao trabalho incessante, á desinteressada investigação da verdade, ás sondagens tão difficeis da Historia, por estas palavras se percebe bem claro, que o renanismo não significa indifferença moral, mas sim benevola sympathia por ideaes diversos, contemplação amorosa dos phenomenos que se succedem em perpetua fluidez, em perpetua transformação, embevecimento perante as mil fórmas alliciadoras com que a eterna illusão nos tenta, nos seduz, nos anesthesia, para nos fazer aceitar o pesado encargo da vida...

Que tivera contava um doente de insomnia rebelde que resistira singularmente ao 1.º e parte do 2.º Canto dos Luziadas; mas, perdidas as esperanças de anesthesia, lhe lêra duas paginas de Kant, e o enfermo ficára sopitado n'um lethargo de Epimenides. Aconselhou-me a Homeopathia, medicina inoffensiva e de vantagem para fantasistas supersticiosos.

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