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D. Rosalia Sampayo tinha uma irmã freira benedictina, no Porto, senhora muito reformada, muito rezadeira, e havida em conta de predestinada, lá dentro, e de religiosa illustrada entre as pessoas das suas relações.
Álêm de todos estes merecimentos fisicos, que o superiorisavam, ainda era senhor de algumas belgas, e unico herdeiro da meação da mãe, a viuva do Rezadeira, que ajuntara o seu peculiosito na casa dos fidalgos. E era uma mulher de trabalho, a velha Clara do Rezadeira, que só tinha olhos e coração para o filho, o seu enlevo e orgulho.
A Clara de Rezadeira, coitada! mal viu o filho, o seu Manoel, estendido como um cadaver sobre o leito de cabeceiras embutidas, para onde os homens o atiraram já cansados da caminhada com semelhante pêso, ia morrendo tambem, sufocada pelo sangue cujos impetos o pobre coração mal podia regular.
Ella, a Clara do Rezadeira, não se importava nada com isso e aconselhava-lhe a que escolhesse antes uma rapariga de trabalho do que uma com dinheiro, que nada vale quando dá em mãos que o não sabem guardar nem aumentar. Como elle esquecia, evocando a formosa rapariga, a pálida Terezinha, que lentamente se ia definhando e morrendo aos poucos, ao compasso surdo e monotono do seu tear!...
E com o Manél da Clara do Rezadeira gostava, lá isso gostava: a mãe é rapariga do nosso tempo, e elle tem alguma coisa de seu, e no fundo não é mau rapaz. Mas então!... Parece bruxaria. «Ai senhora Zéfa, não pônha mais na carta. Isso hade sêr, hade! E não é mais nada senão coisas daquella atrevida da Maria do Próspero! Aquilo sempre fôram de má raça. Até o pai... hade saber!
Se ao menos soubesse explicar o motivo porque tão cruamente a repelira durante toda a doença, quando ella passava as noites sem se deitar, sempre pronta á primeira voz, uma verdadeira filha para a Clara do Rezadeira, que já lhe queria como tal!...
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