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Atualizado: 18 de julho de 2025
«Cal-te, cal-te, Peronella, Não me queiras attentar; Que eu a viver entre moiros Me não vim por meu gostar. «Mas ja tenho perdoado A quem lá me foi roubar, Que antes escrava contente Do que rainha a chorar. «Forte christandade aquella, Bom era aquelle reinar! Viver so, desemparada, Ver a moira em meu logar!..»
«Da parte de um que é ja morto, Que morreu por seu pezar, Que á hora de sua morte Este annel lhe quiz mandar.» Tirou o annel do dedo, E na jarra o foi deitar: «Quando ella beber da agua No annel hade attentar.» Fôra d'alli a donzella, Ia morta por fallar... «Anda ca, ó Peronella, Criada de mau mandar,
«Oh! quem podéra ser homem, Vestir armas, cavalgar, Que eu me fôra ja direita A esse moiro Alboazar...» Palavras não eram dittas, Os olhos foi a abaixar, Muitos vultos acercados Ao palacio viu estar. «Peronella, Peronella, Criada do meu mandar, Que vultos serão aquelles Que por alli vejo andar?» Peronella não responde: Que havia de ella fallar? Riccas peitas de oiro e joias A tinham feito callar.
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