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Demonios, chammas impuras, espiritos malfeitores, odios, vinganças, carnificinas, ferozes alegrias, estupidos terrores, sonhos do homem primitivo adormecido em antro á ourela de lagôas turbidas, com o estomago regorgitado de carnes sanguentas, com a mão sobre a clava, e a alma ainda fremente das paixões do dia; mystagogia antiga; sapiencia idolatra; delirios renovados dos barbaros orientaes e occidentaes; confuso acervo de subtilezas methaphysicas e torpes fabulas e aspirações, sublimes e baixos erros, inferno velho e inferno novo, palacios oscillantes edificados com ruinas, Naraka, Amenthi, Tartaro e Géhenna, sumi-vos!

A géhenna, objecto d'este estudo, era contada no numero das sete creações anteriores ao nosso universo. Á similhança do Amenthi egypcio e do Naraka indiatico, era formada de diversos circulos, mas tinha sete, correspondendo aos sete dias do Genesis, e aos sete ceos ou sete circulos do paraiso. Havia géhenna superior e géhenna inferior.

Sabem os hindostanicos pelos livros e pela tradição em que ponto da sua terra está situado o Naraka e a que profundeza se encontra. Mas não podem os mortos encerrados ahi achar os limites e as portas d'aquelle inferno. No inferno dos scandinavos, chamado Nifleim, não ha fogo.

Nas esplanadas da India, onde não ha inverno, e onde as populações, languidas de calor, corruptas pelas liberalidades da terra, apenas tem phantasia para inventar prazeres e supplicios, dizem os brahmanes que certos sitios do Naraka estão cheios de mosquitos, de serpentes venenosas, de escorpiões horriveis, de tigres, de abutres e de todos os flagellos proprios d'aquellas regiões ardentes; e que os outros circulos são o theatro das mais requintadas torturas que ainda póde conceber a malicia d'um rajah arrojado.

D'ahi os pavorosos sonhos do inferno sem fim, dos máos abrazados e espedaçados vivos, dos algozes enfurecidos sobre as suas prêas immortaes, o chorar incessante, o suspirar sem echo, e os engenhosos supplicios todos do Naraka, indostamio inferno que ainda flammeja, e do Amenthi, egypcio, e do Tartaro grego, antigos infernos agora apagados e que ha tantos seculos não mettem medo a ninguem.