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Atualizado: 31 de maio de 2025
Aquelle monte, á esquerda, rude, penhascoso, de côr turva, é o Monte do Escandalo; e chama-se Cedron o riosinho que apparece na linha inferior da encosta, e que, muito calmo e prateado, vae sumir-se alem no Valle de Josaphat, onde dormem em seus sepulcros caiádos as ossadas dos profetas e patriarchas.
Ao ouvir estas palavras, ainda mais seguro ficou o visconde no bom exito da sua tentativa, e, ampliando apenas a cifra resolveu-se a preparar quanto antes o terreno que tinha a explorar. Com que então, meu amigo, disse-lhe o visconde, já sei que os seus protegidos dormem em leito de rosas o doce somno da esperança, acalentados pelas azas brancas do anjo dos tristes.
Ella não comprehendia o meu fallar: e nos seus olhos esgazeados fluctuava a longa saudade da sua aldêa da Nubia, dos rebanhos de bufalos que dormem á sombra das tamareiras, do grande rio que corre eterno e sereno entre as ruinas das Religiões e os tumulos das Dynastias... Imaginando então despertar o seu coração com a chamma do meu, puxei-a para mim lascivamente.
Esta referencia authentíca hoje o retrato de uma individualidade popular, cujos contemporaneos dormem, como ella, o somno eterno da morte. Lisboa, 10 de abril de 1903. Alberto Pimentel. A quarta edicção, luxuosa, d'este romance, foi por nós publicada em 1900. O Desgráça
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