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Quanto ao primeiro, sem de modo algum contestarmos a realidade clinica dos factos invocados por Schüle, pois mais de uma vez temos observado episodicos delirios asystematicos no curso da Paranoia, seja-nos permittido notar, na excellente companhia de Krafft-Ebing, de Fritsch, de Kraepelin e de Meynert, que esses factos comportam uma interpretação muito diversa da que lhes o celebre medico de Bade.

A distincção entre estas duas doenças não parece muito nitida; como quer que seja, ambas se distinguem profundamente, segundo Kraepelin, da Paranoia, que consiste n'uma lenta e intima transformação da personalidade, sem obnubilação da consciencia e sem perturbações fundamentaes do humor.

Kraepelin em 1883, retomando no seu Compendio de Psychiatria as idéas de Krafft-Ebing sobre a Paranoia, definiu-a «uma profunda e duradoura transformação do Eu, essencialmente evidenciada por uma anomala comprehensão e elaboração das impressões internas e externas». Sem obnubilação da consciencia e sem vivas emoções que lhe perturbem o curso dos processos intellectuaes, o paranoico acceita as idéas delirantes, que se lhe impõem e que elle é incapaz de corrigir; esta invalidade psyquica umas vezes congenita, adquirida outras é, pois, a base e o terreno de evolução da Paranoia, que, porisso mesmo, não representa um mero accidente na vida de um homem são, mas uma doença constituicional, atacando nos seus mesmos fundamentos a personalidade psychica.

Pelo que, ás fórmas persecutoria e ambiciosa de Krafft-Ebing, Kraepelin accrescenta, descrevendo-a minuciosamente, a fórma hypocondriaca, Comp. der Psych., 1883 Devemos notar que Kraepelin separa da Paranoia o delirio processivo, que considera uma fórma de loucura moral.

Ao passo que a maioria dos auctores, á maneira de Lasègue, consideram aquelle delirio uma simples variedade da Verrücktheit, descrevendo-o, como faz Krafft-Ebing, ao lado do delirio de perseguições, outros, como Arndt, Kraepelin e Schüle, fazem d'elle um sub-grupo da loucura moral.

N'este ultimo caso a hypocondria, como justamente observara Kraepelin, não seria senão uma perturbação das relações do Eu com o corpo ou com as impressões internas, analoga á perturbação das relações d'elle com o mundo externo ou com as impressões sensoriaes.

A passagem do Hallucinatorischer Wahnsinn á Paranoia é, pois, impossivel. Para Kraepelin os pretendidos casos de Paranoia aguda entrariam quer na Hallucinatorische Verwirrtheit, quer no Hallucinatorischer Wahnsinn.

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