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Ernesto estudava dissimuladamente aquella joven que tão profunda sensação causava na sua alma, virgem das terriveis tempestades do amor; e, cousa rara, o seu genio de artista, tão depressa encontrava em Amparo a belleza sensual e provocadora das mulheres de Rubens, como o pudor candido das virgens de Murillo.

Ernesto meneou a cabeça em signal de duvida. Parece-me que podia fazer mais do que o que fiz, e duvido muito que o meu quadro tenha o merito que suppõem. Os seus companheiros trataram de convencêl-o de que o seu desalento, a sua falta de confiança eram infundados. No dia seguinte, Ernesto escreveu uma carta ao judeu Daniel.

Ernesto reconhecia no conde grandes qualidades, e isto fazia-lhe menos culposa a conducta de Amparo. Conhecia tambem que, se o conde não fosse um homem superior e menos conhecedor do mundo, sabendo os antecedentes de Roma e Florença e a parecença de Esther com a mulher, tomaria isso por uma grave offensa e o assumpto não teria ficado assim.

O conde escreveu entretanto a seguinte carta. «Amigo Ernesto «Os quadros são bellos e o javali soberbo. Quando os homens têem talento trabalham em todos os generos. Obrigado pela sua boa memoria, obrigado, porque se não esqueceu de nós, apezar do mal que lhe temos feito.

Se o amor é o fogo d'alma que transmitte calôr ás ideias dos homens de genio, devo fazer grandes quadros. E Ernesto soltou uma gargalhada, pegou novamente na garrafa, e quasi a despejou de um trago. Na sua physionomia, no seu olhar, assomaram os symptomas da embriaguez produzida pelo alcool. Com a lingua, presa e balbuciante, começou a falar em voz alta.

Amparo, pois, encontrou casualmente Ernesto em Roma. Tinha ouvido dizer que possuia talento; agradaram-lhe alguns quadros que viu no atelier, e não lhe parecendo a figura do pintor, dirigiu-lhe alguns olhares e sorrisos, d'esses que no coração de um homem sincero e apaixonado causam uma terrivel tempestade. Não pensava a joven que aquelle coquettismo era condemnado pelo bom-senso.

Bem , meu pae que o meu sobresalto e o meu receio é fundado. Se Fernando e Ernesto se baterem, se algum d'elles morrer... Tudo, menos isso.

Ernesto conduziu os seus amigos á sala de Niobe e ao chegar deante d'aquelle grupo que representa a mais sublime epopeia da dôr maternal, ao deter-se em frente d'aquella mãe, cem vezes mais dolorosa do que a dos Machabeos, tirou o chapéu com veneração e ficou como que fascinado ante aquella esculptura, creada pelo magico cinzel de Scopas 478 annos antes de Christo, para que fosse o pasmo e a admiração das edades futuras.

Marcial tinha em ensaios uma comedia e não podia retardar o seu regresso a Madrid. Despediram-se promettendo fazer outra visita no mez de maio, se Ernesto até então não tivesse abandonado os montes. Ernesto, n'um ponto elevado, viu-os afastarem-se montados nos cavallos e cantando o côro das bruxas de Macbeth.

Os que assim matavam o tempo esperando o comboio, era um poeta a quem conheceremos pelo nome de Marcial e um pintor que se chamava André, ambos amigos intimos de Ernesto e a quem este remettêra de Alicante um telegramma avisando-os da sua chegada. Marcial e André viviam juntos n'uma mansarda da rua do Prado, tinham um creado para ambos e comiam no café Suisso.

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