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Ronquerolle, do qual a superior intelligencia cedêra o logar á tristeza, conservou-se muito tempo inconsolavel pela morte de Emilia. A febre da ambição fôra dominada pela da dôr. Passou os dias a evocar a tocante recordação d'essa rapariga que elle tinha amado, que a elle se havia dado com todo o seu coração, que elle possuira e que morrêra por elle.

Um quarto de hora depois, os quatro amigos achavam-se reunidos em casa de Maximo Ronquerolle, que habitava no «boulevard» Montparnasse. sabes da novidade? perguntou Maupertuis. Qual novidade?! disse Ronquerolle surprehendido. Sahiu o decreto. Um decreto!? Pergunta a Didier e a Branche!

Desgostos, inquietações e lagrimas tinham acompanhado essa ligação durante os seus trez annos de existencia. Mas nas edades de Ronquerolle e de Emilia, esquecem-se facilmente as miserias da existencia, as angustias da pobreza, os tormentos da ambição, e as calumnias dos vis e dos preversos.

A marqueza contemplava curiosamente aquella pobre moribunda e pensava que durante muitos annos a infeliz que ia morrer fôra a amante de Ronquerolle. Este, sentado aos pés do leito da pobre creaturinha sentia a mais violenta das punhaladas que pode atravessar o peito d'um homem de coração. E olhava essa figura magra, descarnada, que elle amara nos dias da sua irrequieta mocidade.

A infeliz voltou-se então para o lado onde se encontrava madame de la Tournelle, e poude ainda dizer: Oh! Minha senhora! Amae-o como eu o amei, apenas por elle! Depois pondo a mão fria de neve sobre o rosto de Ronquerolle, proseguiu: Não tenhas remorsos, meu amigo, a minha vida estava condemnada! Eu teria querido viver apenas para ti... «Tu não sabes como eu te amava!

Não obstante, Baliverne fugiu ao contracto depois de ter recebido os dez francos do signal. Como! gritou-lhe Ronquerolle furioso, quereis convencer-nos de que a vossa sala não está segura e daes bailes n'ella! meu caro senhor Baliverne, tomaes-nos por uns imbecis!

O medo fez com que ella se decidisse e tranquillamente caminhou para traz da arvore cujo tronco a escondia de todas as vistas. Devia evitar-vos, dizia ella, detestar-vos, odiar-vos e arrisco-me a perder-me por vós. Ronquerolle tinha os olhos fixos nos seus. Fascinado, louco, contemplava-a e sentia-se vencido pela belleza magestosa d'aquella mulher.

O pequeno commercio e a burguezia, indifferentes até então, davam coragem ao candidato republicano. Na sua colera a marqueza agarrava-se a seu marido sem piedade, e perguntava a si mesma porque casara com esse homem, bom para se pavonear n'um baile ou n'uma «soirée». Como este Ronquerolle é ambicioso!

Viva o cidadão Ronquerolle! o candidato realista empallideceu de colera. Não havia que duvidar, os democratas de Saint-Martin apresentavam realmente um candidato para lhe fazerem opposição.

A commoção impedia Ronquerolle de fallar! Sentia desejos de tomar a marqueza e de a cobrir de beijos. Temia assustal-a e pensava: como convencêl-a? simples e verdadeiro! respondia-lhe a sua nobre intelligencia; era a arma mais digna para conquistar uma mulher como aquella. Sim amo-vos, porque a vossa belleza me arrasta; desejaria resistir a este encanto, mas não posso.

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