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Que me quererá esse casmurroNa sala, pousado á beira do canapé de velludo verde e esfregando os joelhos, o Visconde contou que de volta de Villa Clara e deante do portão da Torre vencera o seu teimoso acanhamento para apresentar os seus respeitos ao Snr. Gonçalo Ramires. Gonçalo, risonho e pasmado, saudava, torcia embaraçadamente o bigode.

D. João V Nuno Ramires brilha na Côrte, ferra as suas mulas de prata, e arruina a casa celebrando sumptuosas festes de Egreja, em que canta no côro vestido com o habito de Irmão Terceiro de S. Francisco. Outro Ramires, Christovam, Presidente da Mesa de Consciencia e Ordem, alcovita os amores d'el-rei D. José I com a filha do prior de Sacavem.

Ainda recordava mesmo certos lances: o truão açoutado; o festim e os uchões que arrombavam as cubas de cerveja; a jornada de Violante Ramires para o Mosteiro de Lorvão... Junto

E os Ramires entroncavam limpidamente a sua casa, por linha pura e sempre varonil, no filho do Conde Nuno Mendes, aquelle agigantado Ordonho Mendes, senhor de Treixedo e de Santa Ireneia, que casou em 967 com Dona Elduara, Condessa de Carrion, filha de Bermudo o Gottoso, Rei de Leão.

Gonçalo estendeu a mão ao lavrador, muito simplesmente como um Ramires d'outr'ora recebendo a preitezia d'um vassallo: Obrigado, José Casco. Entendido, meu Fidalgo, e que Deus nosso Senhor o abençôe! Gonçalo, perturbado, galgou pela escadinha da varanda emquanto o Casco atravessava o páteo vagarosamente, com a cabeça bem erguida, como homem que devêra e que pagára.

Precisamos um bom RamiresNão! não se enterraria na provincia, immovel sob a hera e a poeira melancolica das cousas immoveis, como a sua Torre!... Mas vida elegante em Lisboa, entre a sua parentella historica, como a aguentaria com o conto e oitocentos mil reis de renda que lhe restava, pagas as dividas do papá?

Como o sub-solo n'um edificio, o sub-titulo n'um livro alteia e solidez. Á obra, pois, meu Ramires, com essa sua imaginação feracissima!...» Esta invenção de immensos cartazes, com o seu nome e o titulo da sua Novella em letras de côres estridentes, enchendo cada esquina de Portugal, deleitou o Fidalgo.

Um avô Ramires, Garcia Ramires, acompanhára nas suas famosas jornadas o Infante D. Pedro, o filho d'El-Rei D. João I... A Prima Maria sabia o Infante D. Pedro, o que correu as Sete Partidas do mundo... Pois o Infante D. Pedro e os seus fidalgos, de volta da Palestina, pousaram um anno inteiro na Flandres, com o Duque de Borgonha.

Até o Videirinha passava as ferias na Torre, com a mãe, antiga costureira da casa. Tão bom rapaz, tão simples... E na realidade, no violão, um genio! Agora tem elle uma cantiga admiravel que chamou o Fado dos Ramires. A musica é com effeito um fado de Coimbra, um fado conhecido. Mas os versos são d'elle, umas quadras engraçadas sobre cousas da minha Casa, lendas, patranhas... Pois ficou sublime!

E, indeciso, arrastava os passos no corredor, para gritar ao Bento ou á Rosa que lhe subissem uma limonada, quando, atravez das varandas abertas, resoou um vozeirão de grosso metal, que gracejando mais se engrossava, rolava pelo pateo, n'uma cadencia cava de malho malhando: Oh Gonçalo! Oh Gonçalão! Oh Gonçalissimo Mendes Ramires!...

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