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Richard, estava efectivamente perturbado; fizera-se pallido, e tremia olhando para o escripto, que conservava na mão. Jenny sorriu. Cecilia correu para o pae. Que é isso? que é o que tem? Manoel Quentino mostrou-lhe em silencio a carta do inglez. Cecilia leu-a em um relance de olhos. No fim, banhada de lagrimas, abraçou o pae com transporte. Oh que felicidade, meu pae!

Cecília calava-se. A educação commercial de Carlos continuou e com os mais rapidos e auspiciosos progressos. Á segunda noite espantava elle Manoel Quentino, apresentando-lhe os lançamentos, que pela manhã fizera e nos quaes o experimentado guarda-livros nada teve que notar.

O pensamento de Manoel Quentino vagueava longe d'alli. Efectivamente todo o sombrio cortejo de ideias tristes, que a melancolia de Cecilia, havia pouco tempo, lhe suscitára, voltava a assenhorear-se de novo d'elle, e com a passada persistencia.

Nem sei para que a fez esperar acudiu Jenny com vivacidade. Era Cecilia uma das suas mais affeiçoadas amigas. Passados momentos, entrava no quarto, ligeira como uma andorinha, risonha como uma creança, a filha de Manoel Quentino. Era a unica familia que o velho guarda-livros tinha no mundo. Jenny estendeu-lhe affectuosamente a mão ... e «beijaram-se», pensará a leitora.

Comtudo, uma ou outra vez tentei trabalhar, por descargo de consciencia; mas lembrança minha era saudada com uma risada do Manoel Quentino e com o riso mal disfarçado dos outros caixeiros. Pelos modos era disparate certo. Pois bem; porisso mesmo que tão pouco se exige de ti é que devias ser mais assiduo. Mas é tão monotono! Fazes ideia! Odeio aquella rua dos Inglezes, Jenny; abomino-a.

Manoel Quentino correu para Cecilia e abraçou-a com phrenesi. Mas as suspeitas, que as informações de Antonia lhe haviam feito nascer, não estavam de todo suffocadas n'aquelle espirito.

Boa te vae! Manoel Quentino levantou-se da mesa e foi sentar-se á janella. Antonia, depois de sacudir a toalha, tossiu como quem tinha alguma cousa a dizer. Manoel Quentino não deu por isso. Antonia resolveu-se a tomar a iniciativa. Ora agora que jantou, sempre lhe quero dizer uma cousa, snr. Manoel. Diga . Ainda que, a fallar a verdade, eu não devia talvez... Pois então, não diga.

Aqui temos a ingleza Jenny, que não poderia receiar confrontos com a sua amiga, nem em gentileza nem em bondade; mas, não sei porquê, lembrou-me chamar a Jenny anjo e fada, e hesitaria em definil-a, como defino Cecilia. Accusar-me-hão de dar á filha de Manoel Quentino uma feição demasiadamente burgueza, com a phrase burgueza, pela qual a caracteriso.

Não parece mesmo uma ave com as azas abertas? perguntava Cecilia, designando uma das taes nuvens, que o sol tingia os reflexos afogueados. Uma ave! dizia Manoel Quentino, fitando o objecto designado Então como te parece uma ave aquillo, menina? Pois não acha? Olhe; alli a cabeça, depois uma aza, depois a outra? Olhe, agora inda parece mais; até a cauda se conhece bem...

Com fogo no olhar e vivacidade na voz, que eram pouco do caracter d'ella, disse, dirigindo-se a Manoel Quentino: Manoel Quentino, acaba de fazer uma accusação, que o deshonra, porque é falsa. O velho guarda-livros voltou-se para Jenny, e em lucta entre a duvida e a esperança, perguntou anciosamente: -Falsa? Sim, falsa; repetiu Jenny com firmeza tão falsa, como cruel!

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