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Elles sim! não havia hoje quem encontrasse um coração leal, todo occupado na imagem d'uma só mulher! Nem o meu? Eu sei! Os homens são tão voluveis! Ah, que ella o não amava! do contrario não fallaria assim! dizia todo offendido, n'uma voz rapida, d'um tremulo nervoso. Se o não amava! nem dissesse tal! era uma blasphemia, daria por elle a sua felicidade, a sua vida.
E n'uma esperança eterna, e n'uma ambição sem limites, Julio ficava-se horas e horas em prodigiosa concentração, que bem lhe denunciava a lucta, a cada passo travada no espirito nervoso e inquieto. Mas n'este mundo são as ambições como as espumas do mar: um vento as traz e um vento as leva. Que importavam as illusôes, se com as primeiras folhas do outomno, ellas tinham de cahir uma a uma?
Lopes de Mendonça era realmente uma organisação de artista que participava da vivacidade cerebral do temperamento nervoso e da animação caracteristica do temperamento sanguineo.
Amava e não amava, queria e não queria, pensava e não pensava. Alto, magro, nervoso tudo o impressionava com uma fatalidade irresistivel. O mundo era-lhe um phantasma sombrio, chimerico, cuja sombra elle amaldiaçoava, a todas as horas, no café, na rua, no bordel, na sociedade emfim.
Aquellas trez mulheres, a avó, a mãe e a filha, ajoelhadas deante de uma imagem de Nossa Senhora, cerrando convulsamente os olhos a cada detonação longinqua, dir-se-iam outros tantos authómatos, empedrados pelo terror, se não fôra o ciciar dos labios e o abrir e fechar nervoso das palpebras.
Mas não havia de saber!... A Maria da Escusa, aquella cigana, que, não contente com ter dado cabo do marido, morto de desgostos, quer fazer outro tanto ao teu homem... e a ti! Mas eu vou lá e mato-a, mato-a como quem mata uma loba! E, apertando, nervoso, a espingarda contra o peito, saiu arrebatadamente.
Nada, co'os démos: estou «'stifeito». Tira-me essas manias da cabeça; dás em maluca. Se fôsse só isso!... E os palpites? Olha que tenho palpites tão certos, «Fracisco», tão certos! E sonhos?... Ha dois dias sonhei que antes do nosso casamento havia de se dar nesta casa uma grande fatalidade... FRANCISCO, nervoso: Bem; se continúas, vou-me.
Qual clamoroso Allah! um terço avança De tropa Musulmana a mais affouta, E de pulso melhor: vai-lhe na frente, Nervoso, nu té o hombro, e em moto ondeante Brandindo o ferro, e sobranceiro a todos, Do commandante o braço, que expedito Sabe ferir, e perdoar não sabe.
Quando chegaram de Inglaterra os chefes emigrados já era tarde, e voltaram no mesmo vapor que os levára, emquanto a divisão retirava para a Galliza. Que desgraça! Ou antes, que inepcia. Essa fuga dos chefes no Belfast não me passa d'aqui! E levou a mão á garganta n'um gesto nervoso. Sentiu João as lagrimas nos olhos, e fez exforços para não chorar.
Mais um copo, visto isso, de Collares; e passaremos ao Porto, que de certo não te faz nervoso como os vinhos brancos? Está dito. Acceito o Porto. De que anno o tens? Não bebas datas. Contenta-te que seja bom. Que te importa o anno?! E uma garrafa de Porto vae muito lampeira, em cima da mesa, fazer companhia á do Alemtejo e á de Collares. Á tua saude! diz elle, enchendo dois copos.
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