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Senhora de minh'alma, a suavidade Dos teus labios gentis tornou-me á vida; Tinha a esperança morta e já perdida E deu-lhe um beijo teu vitalidade. Passou a dor mimosa da saudade, Surgiu no oriente a aurora apetecida, Brotou a flôr, ha muito emmurchecida, A bella flôr d'alegre mocidade. Agora canto o sol, as philomelas, O vasto mar, as lucidas estrellas, A noite escura e a branca luz da alva.
Espirito Perfeito, esperança dos desanimados, se eu sou o ramo verde que Te hei de dar, bemdita seja a afflicção de minh'alma na hora atormentada em que, innocente, me julguei culpada e, pura, vi a suspeita manchar a minha virgindade.
Intensa, glacial frieza O coração me gelava, Quando subito sentira Um raio de luz divina Que minh'alma illuminou. Deslumbrado em vão buscava Ver donde essa luz partia, A mente me delirava Co'a ventura que sentia!
Eu desvairado não via, Ser aquelle um fulgor vão Que no horisonte luzia?! Crente a vista repousava Na luz clara, intensa, bella, Que para a terra manava Do seio da meiga estrella, E que minh'alma inundava D'aquella celeste chamma Que a vida e razão inflamma No ardente fogo de amor!
De que me vale a mim ser puro e justo, E entre combates sempre renovados, Disputar dia a dia á mão dos fados Uma parcella do saber augusto. Se a minh'alma ha de vêr sobre si fitos Sempre esses olhos tragicos, malditos! Se até dormindo, com angustia immensa Bem os sinto verter sobre o meu leito, Uma a uma, verter sobre o meu peito As lagrimas geladas da descrença!
De que me vale a mim ser puro e justo, E entre combates sempre renovados Disputar dia a dia á mão dos Fados Uma parcella do saber augusto, Se a minh'alma ha-de ver, sobre si fitos, Sempre esses olhos tragicos, malditos! Se até dormindo, com angustia immensa, Bem os sinto verter sobre o meu leito, Uma a uma verter sobre o meu peito As lagrimas geladas da descrença! Á Virgem Santissima
Oh, foi sonho da infancia Desse momento o sonho! Paz e esperança vinham Ao coração tristonho. Mas o sonhar que monta Se passa, e não conforta? Minh'alma deu em terra, Como se fosse morta, Foi a esperança nuvem, Que o vento some á tarde. Facho de guerra acceso Em labaredas arde! Do fratricidio a luva Irmão a irmão lançára; E o grito: ai do vencido! Nos montes retumbára.
Canta-me cantigas, manso, muito manso... Tristes, muito tristes, como á noite o mar... Canta-me cantigas para ver se alcanço Que a minh'alma durma, tenha paz, descanço, Quando a Morte, em breve, m'a vier buscar!...
O alvor da nascente aurora, Que no horisonte assomava, Das estrellas desmaiava A viva luz, e inda agora, Tenho em minh'alma, querida, A expressão com que me olhaste Apontando para ella!
E sem um grito, sem um lamento, Minh'alma vive na dor que a enleia, Como uma aranha na sua teia... A minha Lyra tinha uma corda: Emquanto moço tanto cantei, Que a pobre corda despedacei. Agora, ás vezes, se a Musa accorda, E quer de novo pôr-se a cantar, Ninguem a corda pode emendar... A Mocidade não pensa em nada, E a pobre corda vi-a quebrada Quando tocava mais afinada...
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