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Nuno parou diante da espôsa, revolvendo com as mãos chaves que tinha no bôlso, entalado, sem poder articular as palavras, sem saber como havia de consolar aquela dor inconsolável. Que desventura a nossa, que desventura!... gaguejava Júlia. Mas tranqùiliza-te, por Deus! Pode ser que a doença não valha nada, que te enganes acudiu êle, por fim. Tenho um pressentimento funesto!

Despertou do seu curto êxtase, e olhou para Julia, que sorria para elle, muito mais bella do que d'antes, com os seus cabellos loiros brilhando como fios d'oiro e com os seus olhos azues que pareciam dois ceus pequeninos toldados de nevoas. Oh! a menina chora?... pôde elle articular.

Perdão, snr. commendador, emendou D. Julia, despeitada pela censura eu respondi gracejando, por me parecer que V. S.ª não calculava com a maior seriedade o numero das damas apaixonadadas pelo orador. Eu tenho a honra de ser uma das leitoras, que admiram Venceslau Taveira, e n'esta casa o ouvi improvisar luminosos discursos; porém... Não se apaixonou... accudiu o velho. Não, senhor.

Frederico olhou o amigo demoradamente, fitou depois Júlia, agitado por sentimentos, por inenarráveis sensações que lhe pareciam incompreensíveis porque, na sua perturbação, não conseguia explicá-los, determinar-lhes a génese e o carácter. Por uma revelação fulminante, via nessa doce mulher uma imagem venerável e quási religiosa para que o seu respeito e o seu reconhecimento subiam.

E ali estava ela no Pôrto, perto dêle, chamando-o para junto de si com uma voz de amizade que Frederico, no seu delírio voluptuoso, julgava carregada do fluido magnético da atracção voluptuosa. Um espírito oculto e maléfico impelia-o para Júlia, incitava-o a loucuras, a infâmias.

Deixe-me, meu senhor!... Ainda pouco disse: «meu amigoUm lagalhé, como eu, amigo de vossa senhoria!... Nuno, por fim, desembaraçando-se do cavador, despediu-se e afastou-se dêle, enternecido e murmurando entre dentes: Creio que realizei hoje a melhor acção de tôda a minha vida... E devo a sua inspiração a Júlia... Que horror!

Não sei que vago pensamento, que idea louca... ou antes, que presentimento indeterminado e confuso me atravessou pelo espirito ou sería pelo coração? n'aquelle momento... Se Julia?.. Mas não póde ser. 'Julia, Julia' bradei eu 'quero vê-la: heide vê-la uma vez ao menos. Não me negue este último favor. Sei que devo, que preciso, que é forçoso fugir d'ella. Mas antes heide dizer-lhe... 'O quê?..

Se tu és tão amavel!... Julia. Ai!... tu queres imital-o?!

Passou-se o inverno, sem que o estado de saude de D. Julia soffresse alteração sensivel. Com a chegada da primavera D. Julia recomeçou os seus passeios pelos campos e pinheiraes visinhos, na companhia da sua inseparavel Rosa, a que algumas vezes se aggregava tambem a viscondessa.

Laura lembrava com saudade; mas suavizava-se, imbrandecia gradualmente aquella saudade. Georgina, que atéalli parecia impenhar-se em se deixar eclipsar pela irman, agora, ausente ella, brilhava de toda a sua luz, em graça, em espirito, por um natural singelo e franco, por uma exquisita doçura de maneiras, de voz, de expressão, de tudo. Julia revia-se n'ella, e eu acabei pela adorar.

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