United States or Bolivia ? Vote for the TOP Country of the Week !


Pois, amigo e benevolo leitor, eu nem em principios nem em fins tenho eschola a que esteja sujeito, e heide contar o caso como elle foi. Escuta. Tornámos á historia de Joanninha. Preparativos de guerra. A morte. Carlos ferido e prisioneiro. O hospital. O infermeiro. Georgina. 'Escuta! disse eu ao leitor benevolo no fim do último capítulo.

E Carlos estava seguro que nenhuma mulher o havia de amar como ella; que os longos e ondados anneis de loiro cendrado, que os languidos olhos de gazella, que o ar majestoso e altivo, que a tez d'uma alvura celeste, que o espirito, o talento, a delicadeza de Georgina... Chamava-se Georgina; e é tudo quanto por agora póde dizer-vos, ó curiosas leitoras, o discreto historiador d'este mui veridico successo: não lhe pergunteis mais, por quem sois.

O rosto de Georgina estava impassivel, Carlos estorcia-se debaixo de uma compressão horrivel e incapaz de se descrever. Carlos e Georgina. Explicação. Ja te não amo! palavra terrivel. Que o amor verdadeiro não é cego. Frade no caso outra vez. Ecce iterum Crispinus; ca está o nosso Fr. Diniz comnosco.

Carlos accordou de todo, abriu os olhos e cravou-os fixamente no rosto angelico d'essa mulher. Esteve assim minutos: ella não dizia nada nem de voz nem de gesto: fallavam-lhe so as lagrymas que corriam quietas, quietas, como corre uma fonte perenne e nativa d'agua que mana sem esfôrço nem impeto, por um declive natural e facil. 'Onde estou eu, Georgina? 'Nos meus braços. 'Que me succedeu?

Georgina que tu conheces, Georgina que... era Georgina a que vinha a mim n'aquella fatal ou feliz? manhan; Georgina que de todas tres era a que menos me fallava, que eu verdadeiramente menos conhecia. Este meu coração, á fôrça de ferido e de mal curado que tem sido, pressente e adivinha as mudanças de tempo com uma dor chronica que me . Pressenti não sei quê ao ver approximar-se Georgina...

A ingleza extendeu a mão á amavel criança, estremeceu involuntariamente, mas disse-lhe com firmeza: 'O ditto ditto, Joanninha! Eu ja o não amo; prometto. 'Eu amo-o cada vez mais, Georgina: elle é tam infeliz! 'Juras-me tu de o não deixar, de velar por elle sempre, de o defender de si mesmo que é o peior inimigo que tem? 'Se juro!

'Ahi está como a ve, morta de alma para tudo. Não ve, não ouve, não falla, e não conhece ninguem. Joanninha veio morrer aqui n'esta fatal casa do valle, eu estava ausente, expirou nos braços d'ella e de Georgina. Desde esse instante a avó cahiu n'aquelle estado.

Diniz sahiu de Santarem, não se sabe em que direcção que n'esse mesmo dia Georgina sahíra tambem pela estrada de Lisboa, levando em sua carruagem a avó e a neta, ambas meias mortas e ambas meias loucas que não houvera mais novas de Carlos e que a sua última carta, aquella que escrevêra de juncto d'Evora, Joanninha a levava apertada nas mãos convulsas quando partíra.

Aquelle amor cego, louco, infinito, que derramavas em torrentes sôbre a minha alma, em que trasbordava o teu coração; aquelle amor que eu cheguei a persuadir-me que era o maior, o mais sincero, talvez o unico verdadeiro amor de mulher que ainda houve no mundo, esse amor acabou, Georgina? Seccou-se no teu peito a fonte celeste d'onde manava?

Passaram dias, semanas, Carlos estava melhor, estava salvo; Georgina pôde dizer-lhe um dia: 'Carlos, meu Carlos, tu estás livre de perigo, vou restituir-te aos teus. 'Os meus! 'Os teus. Tua avó, tua prima... 'Joaninha! oh! Joanninha... 'Tua avó que tambem tem estado a morrer mas que emfim está escapa, ignora que tu estejas aqui. Occultámo-lo egualmente a tua prima. 'Ah!

Palavra Do Dia

dormitavam

Outros Procurando