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Ao vêl-o o Eterno exclama: «Que vens tu fazer aqui?!» De Lysia, meu Deus, fugi porque vivo da fama; os meus freguezes perdi. Busca a moça um noivo rico sem lhe importar nada mais. São fumo as paixões e os ais; pintos, nina. Apanha o mico! lhe bradam os proprios paes. Por isso, feito o consorcio, sae da egreja o par fiel, e o noivo compra papel para requ'rer o divorcio, passada a lua de mel.

Tendo bebido na infancia o amor dos grandes sentimentos á Corneille, de que a propria Mlle. de Scudery, a feiissima Sapho fez na sua obra vasta uma grandiloqua caricatura; iniciada pelos seus mestres Ménage e Chapelain nas extravagancias grandiosas da litteratura hespanhola; tudo que provavelmente via em torno de si estava longe de corresponder ao seu ideal de sacrificio eterno, de inalteravel constancia.

Demais, Elle é o Eterno. A Morte passa por Elle como a lamina de uma espada por um raio de sol. Deixa-o dormir. Bem sei que o egoismo das mãis chega a insurgir-se contra as leis de Deus; não te insurjas tu, que O geraste. Elle precisa rever a Humanidade entrando na Vida e gozando, sahindo, talvez, pela Morte com soffrimento. Meu senhor! exclamou a Virgem estendendo as mãos, commovida.

Porque, não o sei nem jamais, pobre enfermo arrastado em vale de lágrimas, o poderei saber; pois a fraqueza é o nosso eterno anátema, é irrevogável maldição do orgulho.

E foi descendo, Extranho, negro, horrivel, monstruoso. E, quanto era maior a treva, ainda Mais o medo crescia que o olhassem... E mais o horror de si o endoudecia... E mais girava, immenso de inchado De terror e delirio! Os grandes astros Como um viveiro immenso de fulgores Atiravam, de sol em sol, as notas Do eterno concerto... E foi rolando, Vertiginoso e bebado de horrores!

Teu nome eterno ha de ser Estampado entre as estrellas; Has de as mais Nynfas vencer, Que sómente em serem bellas Fundão todo o seu poder. Amão a fofa vaidade; Dos homens a seu sabor Prendem a solta vontade: Trazem nos olhos amor, No coração falsidade. Muitas fingem desprezar Finezas de amante rude; Fingem os sabios amar: Não o fazem por virtude, Querem talentos mostrar.

Pobre Rytmel! Se n'este momento solemne, em que o teu corpo espera á beira da cova pelo seu descanço eterno, te faltam na terra as pompas funebres devidas á tua jerarchia; se te não seguiu até aqui um prestito de uniformes recamados de ouro; se nem sequer tens ao entrar na tua derradeira morada as orações de um padre e a luz de um cirio, cubra-te ao menos a benção da amisade! Descendente de lords, moço, intelligente e bello, quando todas as flores que perfumam a vida desabrochavam debaixo dos teus passos, apaga-se de subito no firmamento a estrella que presidiu ao teu nascimento, e tu baqueias como o ente mais despresivel no fundo de uma sepultura sem lapide, sem nome, na mesma casa em que vieste procurar a ultima expressão da tua felicidade, á luz das mesmas velas que alumiaram o teu derradeiro beijo! Os outros desgraçados que morrem têem ao menos na terra um logar assignalado onde repousam as suas cinzas, e onde podem ir os que os amaram chorar por elles.

Não é exacto. Confundiu-se o orgulho com a defeza attenta e prompta da dignidade, com a justificação vigilante dos seus actos em que a salvaguarda da propria honra se juntava á necessidade constante de exame de consciencia. Na polemica que mais fundamente deveria feril-o, porque lhe contestava crenças religiosas, e nenhumas tinha mais arreigadas em seu peito, vinha adduzir com exactidão e vigor os factos em que na vida patenteára, muito mais do que generosidade com os vencidos e perseguidos, verdadeiro amor da egreja e do clero. «Como procedera elle sempre ácerca de egreja e do cleroperguntava, indignado pela offensa que um catholicismo estreito de intelligencia e de coração fazia á nobreza cavalheiresca do seu caracter, n'este caso inflamada pela religiosa, e pelo respeito e encanto da tradição e por toda a poesia do culto. E respondia, com uma serenidade em que se advinham tremores de mágoa e mal contidos impetos de desaggravo: «As ideias do seculo, recalcadas por uma compressão violenta, a que, força é confessal-o, a maioria do sacerdocio se havia associado, tinham reagido violentamente, e assentavam-se triumphantes sobre as ruinas do passado quando eu entrei no campo de imprensa, no campo das batalhas do espirito. De roda de mim jaziam os fragmentos da sociedade que fôra, e no meio d'elles o clero, disperso, empobrecido, coberto d'affrontas, experimentava as consequencias do predominio de um partido adverso e irritado. A situação da egreja portugueza n'essa epoca, e sobretudo a situação dos regulares, sabemos todos qual era. Foram feridas de que, porventura, ainda mais de uma goteja sangue. Os homens das velhas opiniões politicas, no meio do terror, vergados pelo desalento de uma queda tremenda, duplicadamente dolorosa pela desesperança, calavam. Nem uma voz amiga se alevantava n'esta terra de Portugal a favor da egreja batida pela tempestade. Ainda então esse grupo de mancebos cheios de talento, de inspirações grandiosas e de crença fervente na liberdade humana, e pela liberdade na eterna justiça; essa phalange, no meio da qual todos os dias apparecem novos soldados, e que não se envergonhava de Deus nem do seu Christo, não tinha ainda começado a surgir para ser generosa com os adversarios das suas ideias, quando a desventura os santifica. Na imprensa liberal, revolucionaria, impia, como quizerem chamar-lhe, eu, eu, tive por muito tempo palavras de affeição e consolo para a desgraça; eu tive animo para accusar os homens do meu partido de espoliadores e insensatos; para tentar revocal-os á poesia do christianismo, do eterno alliado da liberdade. A voz que do campo do progresso saudava o templo enlutado e deserto era debil, mas sincera: a mão que se estendia para amparar o sacerdote curvado sob o peso da agonia era bem pouco robusta mas era leal! Como Yorick guardava a caixa do pobre franciscano entre os symbolos da sua religião de affectos, eu guardo para mim, e para mim, mais de um papel escripto por mãos tremulas de velho monge, e talvez regado por lagrimas, em que se reconhecia a possibilidade de haver um homem das novas ideias que não fosse absolutamente um malvado.

E o destempêro original de um drama plusquam romantico, laureado das imarcessiveis palmas do Conservatorio para eterno abrimento das nossas bôccas!

Oh não! em quanto No templo ondeam silenciosas turbas, Exultarão do abysmo os moradores, Vendo o hypocrita vil, mais ímpio que elles, Que escarnece do Eterno, e a si se engana; Vendo o que julga que orações apagam Vicios e crimes, e o motejo e o riso Dado em resposta ás lagrymas do pobre; Vendo os que nunca ao infeliz soltaram De consolo palavra, ou de esperança: Sim: malvados tambem hão-de pisar-lhes Os frios restos que separa a terra, Um punhado de terra, a qual os ossos Destes ha-de cubrir em tempo breve, Como cubriu os seus, qual vai sumindo Nos mysterios da campa a humanidade.

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