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37 "Mas ah, que desta próspera vitória, Com que despois virá ao pátrio Tejo, Quási lhe roubará a famosa glória Um sucesso, que triste e negro vejo! O Cabo Tormentório, que a memória Cos ossos guardará, não terá pejo De tirar deste mundo aquele esprito, Que não tiraram toda a Índia e Egipto.

E inda peor parece quem defende O ser essa belleza sempre amada, Por mais qu'em vão se canse o que a pretende. Se quem te mostra amor te desagrada, pódes pretender o não ser vista, Mas não despois de vista o ser deixada. Quão mal sabe o valor de tua vista Quem cuida que o que della acaso alcança Póde achar coração que lhe resista!

Eſte deſpois que contra os deſcendentes, Da eſcraua Agar, victorias grandes teue, Ganhando muitas terras adjacentes, Fazendo o que a ſeu forte peito deue. Em premio destes feitos excellentes, Deulhe o ſupremo Deos, em tempo breue, Hum filho, que illuſtraſſe o nome vfano Do belicoſo Reino Luſitano.

Pouco tempo despois veio a Ethiopia o Abbuna João, e mandando chamar a Tecla Haymanot o queria fazer Bispo, e entregarlhe a metade de Ethiopia; mas elle se escusou, dizendo que lhe não convinha tão alta dignidade; e vindo pera sua casa converteo a hum filho de hum feiticeiro.

Paſſada eſta tão prospera victoria, Tornado Affonſo aa Luſitana terra, A ſe lograr da paz com tanta gloria, Quanta ſoube ganhar na dura guerra, O caſo triste & dino da memoria, Que do ſepulchro os homẽs deſenterra, Aconteceo da miſera, & mezquinha Que deſpois de ſer morta foy Rainha.

Disselhe o Salvador: Aqui será enterrado até cincoenta e sete annos, e despois deste tempo cahirá esta casa, e vossos filhos edificarão aqui pera huma banda hum grande mosteiro em vosso nome, e tresladarão pera elle vosso corpo; e eu serei guarda dos que estiverem ali, e ouvirei suas orações; e a vossos filhos, que morrerem neste deserto, contarei como martyres: e dizendo isto lhe deu paz, beijandoo tres vezes, subio pera o ceo com grande gloria.

Não era Sancho não tam deſoneſto, Como Nero, que hum moço recebia Por molher, & deſpois horrendo incesto, Com a mãy Agripina cometia: Nem tam cruel aas gentes & moleſto, Que a cidade queimaſſe onde viuia, Nem tam mao como foi Hedio gab

Ignorando que sempre fóra esteve A belleza que nelle proprio mora. Despois que longo espaço se deteve Nestes queixumes seus tão lastimosos, Que com tão longo ser, julgou por breve; Co'os olhos, bellos si, mas lagrimosos, Do valle se despede e da espessura, Dando soluços da alma vagarosos. Entregue na vontade da ventura, Ou, por melhor dizer, de seus enganos, Ao centro se arrojou da fonte pura.

Despois que, Dama, vos vi, Entendi, Que perdêra Amor seu preço; Pois o favor que lh'eu peço, Vos pede elle para si. Nem duvido Que não póde, de sentido, Resistir; Pois em vez de vos ferir, Ficou de vos ver ferido. Mas pois vossa vista he tal Em meu mal, Que posso de vós querer? Que mal poderei valer, Onde o mesmo Amor não val.

Cumpre muito aquela mesa Mais da fome que da gula; Faz claro a fogueira acesa; Mostra bom rosto á despesa. Vem o outro e dissimula. E está dizendo consigo: Este não foi pera mais! Que vai de Pedro a Rodrigo! Bem diz o enxempro antigo Que os dedos não são iguais! Ora despois de comer, Jazendo detras o lar, Começa o rico a dizer: Dous dias que has de viver Aqui os queres passar?

Palavra Do Dia

dormitavam

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