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O juramento d'uma mulher no estado em que me encontro, poderia ser duvidoso?... Pois bem! Juro-te que Filippe não foi mais culpado do que o que mata porque ama. Não teve senão o amor a compellil-o ao crime, repito-te, sob juramento, o amor. A sociedade tinha o direito de o julgar pela maneira porque o fez castigar. Os seus tinham o direito de o desprezar e os amigos de não mais o conhecer.

Diga-o a si próprio o paiz. Em vista do que fica apontado em rapido esboço, não será chegado o tempo de se buscar remedio para o mal que invade o paiz, e de cuja propagação talvez seja elle o primeiro culpado? Quando uma nação quer, e quer deveras, póde achar na vontade energica thesouros de força e de valentia. Se a transporta montanhas, a vontade transpõe-as.

Um dos factos que mais incontestavelmente attestam este deploravel estado de coisas é a indulgencia criminosa com que o jury brazileiro absolve os que attentam contra os haveres e contra a vida dos portuguezes, e, em opposição, a severidade que desenvolve sempre que o culpado é um portuguez. Isto prova-o o sr. Pércheiro com trechos copiados dos proprios jornaes brazileiros.

«Fernando da Silveira, escrivão da puridade de el-rei D. João II, filho primogenito do barão de Alvito, foi culpado e sentenciado pelo mesmo crime: fugiu para França aonde teve o atrevimento de escrever injuriosas cartas a el-rei, foi morto n'este reino por ordem do mesmo soberano, a quem tinha tão gravemente offendido, sendo o ministro da execução o conde de Pallas, catalão; mas não obstante tudo isso, seu filho D. João foi restabelecido, e como tal casou illustremente: foi commendador de Montalvão, governador de Ceylão, trinchante d'el-rei D. João III, e seu embaixador a França.

Por outra: se o barbaro gosto de ver padecer o culpado, ser causa e verdugo do seu padecimento, he grande impiedade, porque este mostra ter coração de fera, o ser causa de padecerem tantos innocentes, e ser elle mesmo o seu flagello, e verdugo he o «non plus ultra» da impiedade: o effeito tem necessaria connexão com a sua causa.

Devagar, meu querido amigo me disse ella não o julgava tão irrascivel, nem que tivesse tão pouca caridade para com o proximo. Sabe , se, com a vida, não tiraria ao culpado o merito de para o futuro se poder rehabilitar pelo arrependimento, e se o momento em que lhe infringisse o castigo não seria o destinado por Deus para esse arrependimento?

Quando cheguei junto d'ella vinha indignado por que um de meus parentes tinha sido victima d'um abuso de confiança; contei-lhe o succedido, e no calor da narração não poupei ao culpado as maiores imprecações, nem deixei de lhe dizer que desejava fazer-lhe todo o mal possivel.

O Neves calou-se áquella observação, feita á maneira de censura. «Effectivamente, pensava elle comsigo, eu é que fiz mal em o metter em contradanças! Mas... sêbo! Eu não sabia! Nem tenho culpa do que se dizia! Sou culpado e não sou!... Mas... que raio de historia! Que diabo de mal tem isso

... Desde esse momento fiquei n'um terror. Se elle morresse? Meu Deus, por que? Não se opio ás creanças, aos doentes? não é elle a clemente pacificação das dôres? Não havia perigo. Quando acordasse eu seria tão sua amiga, tão terna com elle, para me absolver d'aquella aventura imprudente! Ainda que seja culpado, amal-o-hei! pensava eu. Pobre d'elle!

Ao recordar-se Das horas do passado, do seu crime, Da vingança de um pae, do seu destino, E sobre tudo do destino d'ella, Não ousava lançar sobre esse rosto A desvairada vista, receando Que, cedendo ao remorso, revelasse Quanto o seu coração fôra culpado. Azo emfim sólta a voz: «Ha pouco ainda, Numa esposa e num filho resumia Toda a minha ventura neste mundo. A aurora dissipou tão bello sonho!

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