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D. Rui recuou no horror de que tal criatura subisse a tal janela! E bateu o pé, gritou surdamente: Não, por Deus! Mas a mão do enforcado, lívida na escuridão, bruscamente lhe arrancou o sombreiro da cabeça, lhe puxou a capa do braço. E já se cobria, já se embuçava, murmurando agora, numa súplica ansiosa: Não mo negueis, senhor, que se vos fizer grande serviço, ganharei grande mercê!
Recolhia de madrugada ou noite morta. Nem já tinha horas certas de comer. Alimentava-se de pastéis e álcool. Só ia a casa para insultar a mãe e p'ra dormir. Mal lhe dava dinheiro p'ra comer. A pobre criatura envelhecia anos cada dia. Por fim já nem falava: tinha por êle uma espécie de terror.
E como hei de desfazer-me desta criatura, que tenho em casa, sem provocar curiosidades escandalosas no bairro? monologou de repente.
Mas o que eu não compreendo é como essa criatura, que para nós era tão desagradavel, conseguiu convencer meus pais da sua inteligencia, chegando a dar-lhe razão nos seus grossos dislates.
Por verdadeiro affecto á liberdade, por sabermos seguir e presar o progresso do bem, é que entendemos absurda e tyrannica a extincção dos conventos. O claustro, em casos analogos ao d'aquella heroina do nosso «conto», era um refugio celeste: como suppril-o? Que liberdade é essa que tolhe as mais innocentes acções da criatura? Existiam abusos?
Por sua parte, em vão buscaria uma criatura assim, que fôsse a companheira ideal e perpétuamente desejada, a amante incomparável, a espôsa atenta, a mãe solícita! Com ela, a sua existência improdutiva entraria numa fase diversa e activa, numa realidade que nunca se extinguisse...
Conversar com a bonissima criatura era abrir o coração e deixar correr as palavras livremente, numa fluencia de ribeira múrmura e limpida deslisando por campo sem obstaculos; ouvi-la era escutar o carinhoso conselho duma rara alma humana que nunca se tinha poluido numa mentira.
Com efeito! Ela é uma criatura preciosa, rara, singular! dito por todos... deslumbrante como uma deusa e perigosa como um demónio. Não tenho a honra de a conhecer, acudiu ladino o Azeredo; e todo vibrante, num gesto cómico de defesa: Nem quero!
Não chorava, porque a profundeza do golpe me revoltou até quasi á loucura. Desde o dia em que me deram a noticia do meu destino, deixei de sêr a criança que fôra até ahi para me tornar numa sombria criatura, raro abrindo em risos a sua alma ingenua.
A criada, uma velha servente encarquilhada e sêca como uma casca de noz, a coxear da sciática, disse-lhe, mal êle se poz a desdobrar o guardanapo: Então, já sabe? A menina Candidinha parece que já não casa com o sr. Xavier. Está desfeito. O médico teve um gesto de mau humor irreprimivel: Lá esta você! Todos os dias novidades! Quando é que esta criatura se cansará de dar novidades?
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