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Quasi deixão seu tom da Lyra as cordas Quando dest'arte nos umbraes me entranho Da linguagem dos calculos, que he sombra, Que estrema immensamente, e que divide O frio Euclides do fervente Milton. Ah! de Ariosto aos extases divinos Calculador pousado em vão se ajusta.

Havendo sido prohibidas, as primeiras tentativas de composições dramaticas regulares não acharam imitadores, e até parece que inteiramente esqueceram, porque no casamento de uma infanta de Castella, em 1548, foi uma peça de Ariosto que se representou.

Tal foi o trovar nas eras juvenis dos enthusiasmos, quando os homens que não eram cavalleiros eram poetas, os que não eram poetas eram menestreis; quando a mulher na Europa tinha um altar, e Christo na Asia um sepulcro, e a devoção d'aquelle sepulcro e a d'este altar traziam em fluxo e refluxo contínuo as povoações. ¡Extraordinarios tempos, em que a heroicidade era lyrica, e as fraquezas heroicas! tempos extraordinarios, resumidos em dois versos pelo seu chronista epico, o Ariosto: Le donne, i cavalier, l'arme, gl'amori, Le cortesie, l'audaci imprese io canto.

No meio das paginas inteiramente consagradas pelo auctor á descripção e á enumeração de todas as coisas feitas pela raça neerlandeza em favor do seu proprio engrandecimento, e da sua propria illustração, paginas que parecem escriptas por um Taine com entranhas e com alma, Ramalho interrompe-se por momentos, e n'uma lingua idylica e harmoniosa, n'uma lingua em que ha eccos de Shakespeare e visões de Ariosto, n'uma lingua que parece feita de gotas de luar e de raios do sol, de aromas indefinidos, de vagas scintillações fatuas, de vibrações de harpa eolia occulta entre os salgueiros, faz-nos a pintura palpitante, luminosa, musical, colorida, da Floresta da Haya, d'esse bosque sagrado que elle julga proprio para abrigar, na sombra estranha e dôce da sua densa ramaria mysteriosa, os amores profundos e tragicos, as sublimes paixões heroicas da lenda e da historia, o somno esquecido e calmo dos grandes deuses mortos, os divinos dialogos ardentes que os poetas puzeram na bocca dos seus amantes immortaes.

Antes fallasses tu em gado ou lavras, Do que em sciencias, de que nada entendes: Ou fosses para o monte guardar cabras. Novos systemas se fundar emprendes, Porque a fama no numero te conte Dos grandes homens, que offuscar pretendes, Pede ao bom Ariosto que te monte Sobre o seu grifo rapido, e serás Outro Astolfo, outro audaz Bellerophonte.

Sentiu-se que a metaphora, a mais bella de todas as figuras poeticas e oratorias, a mais repetida, a mais necessaria mesmo nos discursos communs da vida, abundava por isso nos bons escriptores classicos e modernos, que nesse tempo illustravam a Europa: viu-se que as passagens bellas ou sublimes de Horacio, Pindaro e Virgilio, de Dante e Ariosto, deviam-lhe em grande parte a sua belleza e sublimidade, e isto era certo; inferiu-se d'ahi que a metaphora era o principal e talvez o unico meio da poesia e eloquencia, e que ella devia revestir todas as imagens e sujeitar ao seu imperio todos os generos, todos os estylos, e isto foi um erro: a vertigem metaphorica se apossou dos poetas e oradores, e, por uma consequencia natural, o fundo das idéas esqueceu e se olhou para as fórmas: á sombra d'esta mania prosperavam os conceitos e as agudezas, chegando as letras a caír numa barbarie, que tanto mais irremediavel parecia por ser filha da civilização litteraria exaggerada.

Junot sobresaía no valor heroico. Era a imagem viva dos paladinos cantados pelo Ariosto. O peso das responsabilidades acurvava-lhe, porém, o animo, e as complicações do governo afrouxavam-lhe a vontade. Soldado sem emulo na intrepidez facilmente se offuscava no gabinete, ou no conselho, aonde a sua estrella esmorecia com frequencia.

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