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Males, que tu não queres supportallos, Não deves para os outros desejallos, Que ás vezes são, qual pedra despedida, Que no mesmo que a deita, abre a ferida: Queres a morte de Ácis? Não ponderas, Que póde em ti cahir, se nelle a esperas?

Ah Pastores, que, alegres, divertidos Cantais ao triste som dos meus gemidos! Se este pranto vos move á caridade, Deparai-me o meu Ácis, por piedade. A voz he de mulher. que ao longe grita. Quem pudéra valer á triste afflicta! Os duros écos, que este valle atrôão, Senão me engano, desta encosta sôão. Eu vou por este pedregoso atalho Ver, se encontro, quem he, ver se lhe valho. GALAT

A bella, incomparavel Galatéa, A Nynfa, tutelar, gloria d'Aldêa O seu Ácis perdido busca afflicta: Corre, examina, geme, chora, e grita: "Ácis! Ácis! Meu bem! Onde te escondes? "Eu rouca de chamar-te, e não respondes? "Se nas margens do rio por ti clamo; "Mais foge o rio, quanto mais te chamo. "Se á fonte vou teu nome repetindo, "Ella vai murmurando, e vai-se rindo.

"Fugio-te a tua Ovelha: eu ta procuro; "E por teus lindos olhos eu te juro, "Que se ella viva está, e eu souber della, "Inda que arrisque a vida, hei de trazella; "Mas se baldado for o meu empenho, "Das minhas escolhe huma, ou quantas tenho, E com tão terno amor me enchuga o rosto, Que me leva metade do desgosto. Ácis morto! Que dizes, Galatéa? Isso he certo, ou te engana a falsa idéa? GALAT

Ah! Ninguem responde aos meus clamores? não acho piedade nos Pastores? Misera Galatéa! A que chegaste, Depois que amor no coração geraste! Mas ah! Senão me engana a mata espessa, Hum homem para mim o passo apressa! He Pastor: quem será? Não vejo tanto, Pois me escurece a vista o grosso pranto. Será o meu bom Ácis? Se elle fôra, Huma nova alma eu concebêra agora. Ácis! Ácis!

Perdoa, que eu atalhe o teu conselho, Proprio de hum Sábio, Virtuoso, e velho. Dize, meu Ácis, dize, por clemencia, Qual foi a causa de tão longa ausencia? Foste tu: foi o amor, e foi o empenho De trazer-te a Ovelhinha, a qual tenho. Ao casal ta levei; mas sem achar-te; Pois vieste a buscar-me, eu vim buscar-te. GALAT

Clara luz, doce vida, alma preciosa, Tudo perdi. Oh scena lastimosa! Tudo o vil me roubou; porém protesto Fazer o seu castigo manifesto Ao Ceo, á terra, a todos os viventes: Elle me offende, as culpas são patentes; Pois o proprio delicto he, que o condemna, A que segundo a culpa, sinta a pena. Queres que a morte de Ácis justifique Huma céga paixão, hum vil despique?

O somno, que ha dois dias meu não era, Veio piedoso, que antes não viera! Pois me fez ver em sonho... Oh que desgraça! A causa desta dor, que me traspassa. Eu vi... triste visão! Que além da serra, Por hum dos regos da lavrada terra, Hia o meu Ácis triste, suspirando Com prompta vista a minha rez buscando; Outras vezes, olhando para a Aldêa, Clama saudoso: "Ah minha Galatéa!

Mas se me via alegre, ou se eu cantava, Ella ao meu lado de prazer saltava. Eu afflicta a busquei junto ao Téjo; Quando na margem o meu Ácis vejo. Corre a ver-me, e no riso amor explica; Porém vendo-me afflicta, afflicto fica. Pergunta-me a razão: conto o successo, E que procure a minha rez lhe pesso. Elle me diz então com vozes ternas, Vozes, que esta alma ha de guardar eternas: "Ah!

" este monte de me ouvir magoado, "Se eu te chamo, elle chama, e tu calado! "Ah meu Ácis! meu bem, se inda tens vida, "Soccorre esta, que he tua, assáz perdida. "E se aos campos Elysios partiste, " verás breve a Galatéa triste. "A ti me ha de ligar a morte crua; Pois tu és a minha alma: eu alma tua. Que vozes, ternas vozes tão sentidas Os montes ferem de afflicção nascidas! GALAT

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