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Não me trates tão mal, minha filha! vão dois annos, e não faço outra coisa senão chorar, mas tenho-te encoberto as minhas lagrimas, Zina, durante esses dois annos mortaes!... Ha muito tempo que conheço os teus sentimentos. Medi todo o alcance da tua magua.

Trata-se até de uma nobre acção! Depende tudo do ponto de vista... Basta, mamã, basta! exclama a Zina. E bate o . Deixa ! meu anjo, não torno mais! Silencio. Maria Alexandrovna fica a olhar pelas costas para a Zina, que seguiu por a casa fora com uma expressão de cachorro a olhar para a chibata. Nem sequer chego a perceber como é que tenciona dar-lhe volta, prosegue com enfado a Zina.

O papá está no campo; não esteja a atacál-o, por quem é! Sim, tu saes sempre em sua defêsa, bem o sei... Ah! Zina! Confrangia-se-me o coração quando a prudencia me obrigava a desejar o teu casamento com o Mozgliakov! Com respeito ao principe, com esse não tinhas tu necessidade de representar nenhuma comedia. Escusado é dizer que lhe não poderás dedicar o que se chama amor.

Maria Alexandrovna ri ás gargalhadas e bate palmas; Pavel Alexandrovitch faz côro: acha immensa graça ao tio. A Nastassia Petrovna ri tambem; e a propria Zina um ar de riso. Mas que graça, principe! que alegria! exclama Maria Alexandrovna. Que preciosa faculdade de observar ridiculos... E desappareceu o senhor da sociedade!

Até que eu proprio lhe torne a falar n'isso, nem palavra a semelhante respeito. Foi proferido em tom firme, sêcco, o conjuncto d'este discurso, sem hesitações, como se fôra decorado de antemão. E Pavel sente o nariz a crescer-lhe. N'este comenos eis que entra Maria Alexandrovna. Logo atráz d'esta entra madame Ziablova. ahi vem, Zina! Quer-me parecer que não tarda ahi!

Para maior clareza, consinta-me uma leve digressão. A Zina ama-o, é incontestavel Mas tenho notado que, a despeito do seu manifesto amor, o caracter de Pavel Alexandrovitch, as suas aspirações lhe tem incutido uma tal ou qual desconfiança. Por vezes, e como que de caso pensado, contêm-se, é fria para com o senhor. Eis o resultado das reflexões que a levaram a desconfiar.

Mas, Zina, meu anjo, onde é que tu vês n'isto baixeza? replica, timida, Maria Alexandrovna. Trata-se de um bom casamento, de uma coisa normal; encara as coisas d'este ponto de vista e verás que te ha de parecer muitissimo razoavel. Ah! mamã, pelo amor de Deus, nada de dissimulações para commigo! Estou prompta para tudo, bem ; que mais quer?

Enfiada, com os olhos a relampejarem-lhe de resoluta, toda ella n'um tremor, um portento de formosura e de colera, avança, varre com a provocação nos olhos toda aquella gente em redor de si, e por entre o silencio geral, dirige-se á mãe a qual, assim que a Zina se levantou, tornou a abrir os olhos.

E abalou a gazeta viva. Maria Alexandrovna, desesperada, toda ella n'um tremor. Não padece duvida que o conselho da coronela é seguro e pratico; não ha tempo para perder, mas subsiste ainda a grande difficuldade. Maria Alexandrovna investe para o quarto da Zina. A Zina andava ás voltas pela casa, de mãos no peito, muito enfiada, cabisbaixa, no auge da afflicção.

Como se havia de atabafar caso tão escandaloso? Pois bem, procurem, nem vestigios, prova, que é della? Maria Alexandrovna nem sequer se digna tomar conhecimento de calumnia tão soez, e comtudo, Deus sabe o trabalho que lhe custou conservar intacta a honra da filha unica! Que a Zina não tenha ainda casado, isso percebe-se, de mais, até: onde iria ella por aqui encontrar noivo? A Zina pode casar com um principe reinante! alguem viu mais peregrina formosura?