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Ia não defenderâ ſomente os paſſos, Mas queimar lhe ha lugares, templos, caſas: Aceſo de yra o Cão, não vendo laſſos Aquelles que as cidades fazem raſas: Far

Mais eſtanças cantâra esta Syrena Em louuor do illuſtriſsimo Albuquerque, Mas alembroulhe hũa yra que o condena, Poſto que a fama ſua o mundo cerque: O grande capitão, que o fado ordena Que com trabalhos gloria eterna merque, Mais ha de ſer hum brando companheiro Pera os ſeus, que juiz cruel & inteiro.

Com torua vista os , mas a natura Ferina, & a yra não lhe compadecem Que as coſtas , mas antes na eſpeſſura Das lanças ſe arremeſſa, que recrecem: Tal eſt

Inſiste o Malabar em telo preſo, Senão manda chegar a terra a armada, Elle conſtante, & de yra nobre aceſo, Os ameaços ſeus nam teme nada: Que antes quer ſobre ſi tomar o peſo, De quanto mal a vil malicia ouſada Lhe andar armando, que por em ventura A frota de ſeu Rei, que tem ſegura.

Eſta luz he do fogo, & das luzentes Armas, com que Albuquerque yra amãſand De Ormuz os Parſeos, por ſeu mal valentes, Que refuſam o jugo honroſo & brando: Ali verão as ſetas estridentes Reciprocarſe, a ponta no ar virando, Contra quem as tirou, que Deos paleja Por quem eſtende a fe da madre Igreja.

Eis vem o pay com animo eſtupendo, Trazendo furia & magoa por antolhos, Com que o paterno amor lhe estâ mouendo Fogo no coração, agoa nos olhos: A nobre yra lhe vinha prometendo, Que o ſangue farâ dar pellos giolhos Nas inimigas naos ſentilo ha o Nilo, Podelo ha o Indo ver, & o Gange ouiulo.

Cantaua a bella Deoſa, que virião Do Tejo, pello mar que o Gama abrîra, Armadas que as ribeiras vencerião, Por onde o Oceano Indico ſoſpira: E que os Gentios Reis, que não darião A ceruiz ſua ao jugo, o ferro & yra Prouarião do braço duro & forte, Ate renderſe a elle, ou logo aa morte.

Não ſera aſſy, porque antes que chegado Seja eſte Capitão, astutamente Lhe ſera tanto engano fabricado, Que nunca veja as partes do Oriente: Eu decerey aa terra, & o indignado Peito, reuoluerey da Maura gente, Porque ſempre por via yra dereita, Quem do oportuno tempo ſe aproueita.

E todos outra vez desbaratando, Por terra, & mar, o grão Pacheco ouſado, A grande multidão que yrâ matando, A todo o Malabar terâ admirado: Cometerâ outra vez não dilatando O Gentio os combates apreſſado, Injuriando os ſeus, fazendo votos Em vão aos Deoſes vãos, ſurdos, & immotos

Atenta num que a fama tanto eſtende, Que de nenhum paſſado ſe contenta, Que a patria que de hum fraco fio pende Sobre ſeus duros hombros a ſuſtenta, Não no ves tinto de yra, que reprende A vil deſconfiança inerte & lenta Do pouo, & faz que tome o doçe freyo, De Rei ſeu natural, & nam de alheyo.

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