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Mísera sorte, estranha condição!" Canto Quinto 1 "Estas sentenças tais o velho honrado Vociferando estava, quando abrimos As asas ao sereno e sossegado Vento, e do porto amado nos partimos. E, como é no mar costume usado, A vela desfraldando, o céu ferimos, Dizendo: "Boa viagem", logo o vento Nos troncos fez o usado movimento.

Nos campos do Mondego, abaixo de Coimbra, a primavera é frequentemente agreste e fria. Quando o vento do mar sopra rijo sobre os brancos lençoes de malmequeres a surgir da terra humida e paludosa, ainda farta das aguas do inverno, as tardes são inclementes para o corpo ávido do repouso e doçura da natureza.

O fogo dos borralhos foi-se alteando em labaredas e saindo pelas quinchas dos ranchos, sem queimá-los..: as crianças de peito soltaram palavras feitas, como gente grande...; e bandadas de urubus apareceram e começaram a contradançar tão baixo, que se lhes ouvia o esfregar das penas contra o vento..., a contradançar, afiados para uma carniça que ainda não havia porém que havia de haver...

Como nuvem que o vento impele... e passa. Que arrojemos de nós quem mais se abraça, Com mais ancia, á nossa alma! e quem devora D'essa alma o sangue, com que mais vigora, Como amigo comungue á mesma taça! Se em silencio sofrer fôra vingança!... Envolve-te em ti mesmo, ó alma triste, Talvez que sem esprança haja ventura!...

Nem podia sahir obra incompleta Das mãos de Deus: geometra e poeta Em summo grau, traçou A compasso a abobada celeste; Mas de que lindas nuvens a reveste Que ao vento tomam vôo! Creou, de fogo, o sol o grande astro! E creou, não de fogo, d'alabastro A sua bella irmã Sombra apenas do sol, desnecessaria, Luz phantastica, vaga, solitaria, Inutil, fátua, ... Mas luz intima! luz do sentimento!

Parecia-lhe ouvir assobiar o vento nas ruas, bater a chuva nas vidraças. Um temporal seria o maior de todos os contratempos: não a deixariam sair, e, se deixassem, o campo estaria encharcado, o idillio perderia muito do seu encanto, não poderiam sentar-se os dois debaixo das velhas arvores ouvindo cantar os passaros a sua canção de estio.

Rentes comnosco passavam fogosas parelhas tirando por grandes calexes descobertos, cheios de mulheres risonhas cujos véos fluctuavam ao vento. Ouviamos o fremito das rodas na areia, o resfolgar dos cavallos, e o estalido dos chicotes. Viamos agitarem-se entre as arvores as luzes das lanternas, e mirarem-se na agua morta dos lagos as sombras espessas dos bosquesinhos de pinheiros.

Em fim, de vivos, Da voz, do respirar o som confuso Vem-se verter no sussurrar das praças, E pela galilé ruge o vento.

No carro ajunta as aues, que na vida Vão da morte as exequias celebrando, E aquellas em que ja foi conuertida Peristera, as boninas apanhando: Em derredor da Deoſa ja partida, No ar laſciuos beijos ſe vão dando, Ella por onde paſſa o ar, & o vento Sereno faz, com brando mouimento.

N'estes silencios ouvia-se distinctamente o rugir do vento na serra, e os seus gemidos e silvos nos corredores da casa.