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As graças a Deos daua, & razão tinha Que não ſomente a terra lhe moſtraua, Que com tanto temor buſcando vinha Por quem tanto trabalho eſprimentaua, Mas via ſe liurado tão aſinha Da morte, que no mar lhe aparelhaua O vento duro, feruido, & medonho, Como quem deſpertou de horrendo ſonho.

Mas o susuro do Mirante errava por todo o Largo como um vento enroscado, raspando as lages, batendo as barbas dos Santos sobre o portal da Egreja de S. Matheus, redemoinhando nos telhados musgosos da Cordoaria... «Não, não, que loucura!

Um principe ambicioso passava. E eis que milhares que alli dormiam um somno tranquillo cahiriam, varados por lanças, seriam frios cadaveres, desappareceriam em impalpavel, sem de si deixar mais vestigio que folhas de arvores que um vento leva. E nós mesmos quem sabe? Tornariamos nós a vêr a lua brilhar n'aquella collina?

O relogio dos Clerigos tinha acabado de fazer soar pausadamente as doze badaladas da meia noite. O tempo estava brusco e o vento, soprando da barra em frias e cortantes rajadas, punha arrepios nos transeuntes que, levantadas as golas dos casacos e as mãos mettidas nos bolsos, seguiam a passo apressado, recolhendo a casa, sob a ameaça de um temporal desfeito. Era em fins do outono.

No emtanto, o vento crescia. Havia por todo o mar flocos de espuma. Ouvia-se no horisonte um ruido surdo, como o marchar de mil batalhões. A maior parte dos inglezes, pesados de somno e de vinho, tinham voltado para as cabines, indifferentes ao perigo. Algumas ladies, tranzidas, mas graves, ficaram no convez. Em baixo, os engenheiros e os machinistas trabalhavam poderosamente, e sem cessar.

O occidente, carregado de nuvens negras, orladas por uma franja dourada, parecia o panno enorme d'um caixão de gigante. As nuvens cresciam impellidas pelo vento da barra, ameaçando breve toldar o céu. Luziu a primeira estrella. Contemplei-a com amor, lembrando-me de que ainda ninguem áquella hora tivesse dado por ella. Estaria talvez no ceu brilhando tão para mim.

O vento raro e brando com afago O tredo esquife languido arrebata E o transporta subtil, como um pirata, Dando azas ao terror ignoto, vago. Suspira na floresta a morna aragem, As 'strellas trocam beijos delirantes, Que mais excitam castellã e pagem, Eis brilha uma coiraça junto á margem E a frecha sibilando alguns instantes Acaba n'um golpe os dois amantes. *Testamento*

Ouvia-se o vento a arrastar no Pincio fôlhas sêcas. Lembrei-lhe a manhã em Florença, na Piazza dela Signoria, o desenho da fonte de Vasári que eu vira na terrasse por trás dêle. Harry calava-se surpreendido. Perguntei-lhe se viajava como artista, p'ra pintar. Não sou pintor. Gosto muito das fontes, perdidamente. São o grande interesse da minha vida...

Lavasse-lhes a chuva os crânios duros, açoitasse-lhes o vento as nucas com varas de frio, fizessem-lhes os espinhos sangrar os pés, perfurassem-lhes a epiderme milhares de parasitas, eles tudo aceitavam. Acumulava-se-lhes no cérebro uma herança inteira de resignação.

Quando ella passa toda côr de cera, Devagarinho e de missal na mão, Vae tão ligeira, lembra uma galéra Que segue viagem de vento á feição! Os seus olhos são negros e tão bellos Que grandes são! têm penas disfarçadas... Que são elles? Ogivas de castellos Com duas meninas sempre debruçadas.