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Ahi apertava-se um magote de gente onde se confundiam as tunicas dos Phariseus orladas d'azul, o rude saião d'estamenha dos obreiros apertado com um cinto de couro, os vastos albornozes listrados de cinzento e branco dos homens de Galilêa, e a capa carmezim de grande capuz dos mercadores de Tiberiade; algumas mulheres fóra do abrigo do velario, alçavam-se na ponta das chinelas amarellas, estendendo por cima do rosto contra o sol, uma dobra do manto ligeiro: e d'aquella multidão sahia um cheiro morno de suor e de myrrha.

Sob o velario, os Phariseus, os Escribas, os Nethenins do Templo, escravos sordidos, susurravam como arbustos agrestes que um vento começa a agitar. E Jesus permanecia immovel, abstrahidamente indifferente, com os olhos cerrados, como para isolar melhor o seu sonho contínuo e formoso, longe das coisas duras e vãs que o maculavam.

Da arcaria ao fundo, encimada pela frontaria austera do Palacio, estendia-se um velario, d'um estofo escarlate franjado d'ouro, fazendo uma sombra quadrada e dura: dois mastros de pau de sycomoro sustentavam-n'o, rematados por uma flôr de lotus.

E soluçando sumiu-se entre a turba que agora de todo o atrio rumorosamente affluia, se apinhava em torno aos mastros altos do velario. O escriba apparecera, mais vermelho e limpando os beiços. Ao lado do Rabbi e dos guardas do Templo, Sarêas viera perfilar-se encostado ao seu baculo.

Em que jardins desabrocharam flôres com que eu não enfeitasse os teus altares? E arrebatado, arrepiando os cabellos, repuxando as barbas, eu clamava ainda, tão perto da imagem que as baforadas da minha cólera lhe embaciavam o vidro: Olha bem para mim!... Não te recordas de ter visto este rosto, estes pêllos, ha seculos, n'um atrio de marmore, sob um velario, onde julgava um Pretor de Roma?

Em torno ao velario, constantemente voavam pombas. E foi assim que eu vi Jesus de Galilêa preso, diante do Pretor de Roma... No emtanto Sarêas, tendo enrolado em torno á haste de ferro o pergaminho escuro, saudou Pilatos, beijou um sinete sobre o dedo para marcar nos seus labios o sêllo da verdade, e immediatamente encetou uma arenga em grego, com textos, verbosa e aduladora.

algum estremecimento das mãos presas trahia o tumulto do seu coração; e ás vezes respirava longamente, como se o seu peito, acostumado aos livres e claros ares dos montes e dos lagos de Galilêa, suffocasse entre aquelles marmores, sob o pesado velario romano, na estreiteza formalista da Lei.

Palavra Do Dia

stuart

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