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No Cancioneirinho de Trovas antigas, Varnhagem noticia no prologo, de ter encontrado em 1857 na Livraria de um fidalgo hespanhol um antigo cancioneiro portuguez, que, pela canções de el-rei D. Diniz que elle continha, lhe suscitou o procurar as analogias que teria com o Cancioneiro da Vaticana n°. 4803; tirou copia do citado Cancioneiro, e em 1858 procedeu em Roma ao confronto do codice madrileno com o da Vaticana.

Accrescenta mais o Marquez de Santillana: "cujas obras aquelles que as liam, louvavam de invenções subtis, e de graciosas e doces palavras". Esta affirmação, sobendo-se que o Marquez escreve sobre uma recordação da sua infancia, não podia resultar se não dos gabos ouvidos a Pero Gonzales de Mendoza, poeta do Cancioneiro de Baena, gabos que fizeram com que o livro se conservasse em casa de D. Mecia de Cisneros, e d'onde se tirara por ventura essa outra copia que hóje existe em poder de um grande de Hespanha, segundo uma affirmação de Varnhagem.

Se nom en meu amigo, E d'amor sei que nulh'ome tem, Pois migo é, tal mandades; Que vem o meu amado. Os versos sublinhados do Cancioneirinho, são visivelmente d'outra canção, porque tem outro typo strophico, e essa interpolação não se pode attribuir a erro de leitura de Varnhagem.

Não; apezar de Varnhagem não ser mais explicito na descripção do codice madrileno e guardar no mysterio o nome do possuidor, comtudo pelas cincoenta composições do Cancioneirinho se descobrem profundas variantes, que se não podem attribuir a erro de leitura, ainda assim tão frequente em Varnhagem.

Lopes de Moura foi o primeiro que encontrou na collecção da Vaticana a canção de João Vasques, Muyt'ando triste no meu coraçom, que existe anonyma no Cancioneiro da Ajuda. Logo depois, Varnhagem achou mais quarenta e nove canções communs aos dois codices, e nós mesmo ainda viemos a encontrar mais seis canções repetidas.

No testamento do Conde D. Pedro, feito em Lalim em 30 de Março de 1350, se esta clausula: "Item, mando o meu Livro das Cantigas a el rei de Castella". Interpretando esta clausula, Varnhagem quiz por ella attribuir o Cancioneiro da Ajuda ao Conde de Barcellos, imprimindo-o em 1849 n'esse presupposto, com o titulo de Trovas e Cantares... ou antes mui provavelmente o Livro das Cantigas do Conde de Barcellos.

A inspecção do Codice da Ajuda, confrontado com outros Codices europeus, mostra-nos que elle pertencia indubitavelmente a diversos trovadores; Varnhagem notou que existiam dezaseis vinhetas imperfeitamente coloridas, que estão desenhadas junto ás canções 2, 36, 37, 149, 157, 170, 173, 184, 190, 231, 233, 249, 253, 255, 259 e fragmento h.

Admittida a hypothese de que o Cancioneiro da Ajuda, pelo facto de ter pertencido a el-rei D. Diniz e de andar encadernado junto do Nobiliario do Conde D. Pedro, fosse o proprio Livro das Cantigas, como primeiro quiz Varnhagem, o facto de apparecerem outros trovadores prova-nos a nossa hypothese, que o Conde D. Pedro compilara sob esse titulo as canções dos trovadores seus contemporaneos.

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