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O senhor de Valneige tendo resolvido demorar-se pelo menos oito dias na capital da Austria, houve tempo de vêr muitas coisas e de passear com vagar na grande alameda do Prater e n'outras mais. As crianças não se cansavam de admirar o que se chama o Prater selvagem, parte do qual é uma antiga floresta, onde pastam veados e cabritos montezes.

Irei encontrar meu pae; sei onde o posso achar; tem muitas culpas, é verdade, para comvosco, para com todos e mesmo para commigo; mas emfim, que lhe hei de eu fazer, minha senhora, é meu pae! A senhora de Valneige, admirada, dizia comsigo mais uma vez: «Nunca desprezemos pessoa alguma; por toda a parte se encontram boas almas

Os passarinhos continuavam cantando nas alamedas perfumadas de Valneige; elles não estavam tristes, porque não tinham conhecido Adalberto. Valneige era um sitio encantador. A natureza tinha revestido as cores variadas da primavera. A agua corria sempre, mas sem se precipitar.

Esta querida criança ficou espantada, quando viu no joven Valneige um coração doce mas energico, um espirito que sabia dobrar-se sem servilismo. Nas suas raras conversas ensinou-lhe Adalberto que ella tinha alma e que ha um Céo. Acreditas que eu vou para o Céo, perguntava ella ingenuamente?

A cincoenta passos do castello via-se n'um grande lago um barco pintado com as mais vivas côres. Este barco era o encanto de todos os pequenos. Um passeio sobre a agua, ao luar, era o mais desejado de todos os divertimentos de Valneige, talvez porque este favor se obtinha quando se era premiado, e a troco dos muito bem e optimamente.

Na aldeia tudo é um acontecimento, até a gallinha que canta como o gallo, e que logo é condemnada á morte porque isso se toma por agouro. Póde imaginar-se o effeito, que produziu em Valneige o desapparecimento do pequeno Adalberto. Não se fallava d'outra coisa e não tinham fim as conjecturas, nas quaes havia uma parte maravilhosa, devida á credulidade e superstição d'aquella boa gente.

a mão ao desconhecido que o leva depressa. Sem se deixar succumbir um instante, o senhor de Valneige, acompanhado de Gervasio, tornou a percorrer a cidade; apoderou-se d'elle uma especie de febre, que o impedia de sentir o cansaço, e o bom Gervasio suspirava, pensando no pobre pequeno, que vira nascer. O senhor de Valneige apressou-se a recorrer ás authoridades.

Está em toda a parte, disse orgulhosamente o pequeno de Valneige, excitado pela indignação. Sim, senhor, não é mal respondido; querem vêr que tambem está na minha barraca? Está, sim, respondeu o pequeno; está e tudo.

Escuta, diz ella, eu trouxe uma escada de corda; vou atal-a ao varão de ferro e tu vais subir. Uma vez em cima eu te ajudarei a sahir. Ao mesmo tempo Gella punha em pratica o que dizia; e Adalberto via vagamente uma coisa que descia pela parede. Não se assustou muito d'este meio de salvação porque em Valneige mais de uma vez tinha feito esse exercicio gymnastico.

Esta voz, que diz o que elle disse e parece a sua, fal-o tremer; os cabellos molham-se-lhe de suor, as pernas vergam, os dentes batem; mas lembra-se de repente que ha em Valneige um echo no parque, perto da neveira, e que o seu papá escarnecia d'elle quando tinha medo do echo, visto não ser um ente invisivel, mas uma bulha repetida por uma causa muito natural.