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O quadro onde se desenha a nossa vida nunca nos parece tão bello, como quando n'elle apparece tambem um traço da vida d'aquella a quem amâmos. M.me de la Tournelle e Ronquerolle não fugiam á regra geral, á lei commum, doce lei que ordena áquelles que se amam que tudo sintam em commum, prazeres, alegrias, desgostos e tristezas. Os dois amantes não podiam encontrar-se na sociedade.

Como tinham decidido os directores do «comité», um grande banquete se devia realizar no castello de Tournelle. Toda a nobreza da região tinha sido convidada para este banquete eleitoral que devia destruir a fortuna politica do sr. Ronquerolle, como diria o conde d'Orgefin. Foi convidado o senhor bispo de Dijon, bem como o vigario e quasi todos os curas de Saint-Martin.

A loura era a marqueza de la Tournelle e a outra senhora que a acompanhava era uma das suas amigas, a esposa d'um deputado da Direita, madame de Fleurus.

Quanto a Madame Desbroutin, estava tão commovida, que apenas poude dizer: Que ha de ser de nós, agora? Esses rapazes que partiam eram a poesia, o amôr a paixão. A marqueza de Tournelle havia deixado Saint-Martin no dia seguinte ao das eleições. Estava em Paris havia quatro dias, quando Ronquerolle ali chegou. A grande cidade estava n'essa occasião deserta.

Não se desprezava em comer á mesa dos operarios quando para isso se offerecesse occasião e secretamente, desejava pertencer ao conselho geral. Se não perdoava á marqueza o tel-o despresado, mais o acabrunhara com os seus sarcasmos o sr. «de la Tournelle», «maire» conselheiro geral e deputado.

O marquez «de la Tournelle», dissemol-o , tinha um jornal o «Echo de la Bourgogne», velha folha monarchica, assignada por todos os curas da circunscripção de Saint-Martin. De vez em quando, a amavel marqueza não se dedignava em publicar nas columnas do jornal, na primeira pagina, um elegante artigo em que estimulava habilmente a indolencia do partido realista e em que zombava dos democratas.

Essa luz, que brilhava na escuridão da noite em uma janella do castello do seu inimigo vinha lançar um clarão na sua memoria obscurecida e, occorrendo não sei que presentimento do destino, o pobre rapaz imaginou que a pessoa que trabalhava em cima, na habitação luxuosa do marquez «de la Tournelle», era a linda e elegante mulher que em tempo lhe perturbara a cabeça e o coração.

Habitualmente demorava-se no campo até aos fins de novembro, mas o seu regresso inesperado a Paris foi explicado pelo cheque eleitoral soffrido pelo marquez seu esposo. O sr. de La Tournelle, sentindo-se envergonhado, humilhado, diante de sua mulher, não ousava acompanhal-a á grande capital.

Cidadãos, continuava Ronquerolle enthusiasmado com os applausos, faremos tremer os de «la Tournelle» no seu castello feudal e desembaraçar-nos-emos do seu jugo. O povo, libertado pela Revolução, não quer nobres para o representar.

Visto que nada se oppunha á entrevista fixada pela marqueza «de la Tournelle», Ronquerolle preparou-se para isso. Fez irreprehensivelmente a sua «toilette», perfumou o lenço, poz uma gravata nova da ultima moda, pegou no chapeu mais elegante, calçou as luvas mais lindas que possuia e as botas mais elegantes e chegou uma hora mais cedo ao logar da entrevista.

Palavra Do Dia

stuart

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