United States or India ? Vote for the TOP Country of the Week !


Pois o grande curral, seguro e forte, Do alto monte Atlas não ouviste Que com sanguinolenta e fera morte Despovoado foi por caso triste? Oh triste caso! oh desastrada sorte, Contra quem fôrça humana não resiste! Que alli tambem da vida foi privado O meu Tionio, ainda em flor cortado!

Porqu'espalhar suspiros vãos ao vento, Para os que tristes são, he falsa cura. Mas, pois te move tanto o sentimento Da morte de Tionio, triste e escura, Eu porei teu desejo em doce effeito, Se a dor me não congela a voz no peito.

E não se pendurárão dos salgueiros As cabras, de tristeza; mas negárão O pasto a si, e o leite a os cabritos. Prodigios infinitos Mostrava aquelle dia, Quando a Parca queria Princípio dar ao fero caso triste. Tionio meu, o Tejo crystallino, E as árvores que ja desamparaste Chórão o mal de tua ausencia eterna. Não sei porque tão cedo nos deixaste!

Pastores deste valle ameno e frio, Que de Tionio o caso desastrado Quereis nas altas serras que se conte; Hum tumulo, de flores adornado, Lhe edificai ao longo deste rio, Que a vela enfreie ao duro navegante: E o lasso caminhante, Vendo tamanha mágoa, Arraze os olhos d'ágoa, Lendo na pedra dura o verso escrito, Que diga assi: Memoria sou, que grito Para dar testimunho em toda parte Do mais gentil Esprito Que tirárão do mundo Amor e Marte.

Que donde o generoso Peito resuscitava em tanta gloria De seus Antecessores a memoria, Alli, fero e cruel, lhe destruiste, Por injusta victoria, Primeiro que o cuidado, a vida triste. Parece-me, Tionio, que te vejo, Por tingires a lança cobiçoso Naquelle infido sangue Mauritano, No Hispanico ginete bellicoso, Que ardendo tambem vinha no desejo De atropellar por terra ao Tingitano.

Palavra Do Dia

sentar-nos

Outros Procurando