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Antonio Nobre, que eu julgo ser, de todos os poetas novissimos, o que tem mais poderosas faculdades para traduzir as impressões da alma moderna, torturada pela nevrose, confessa a suggestão d'essa lenda bohemia, que reproduz a Poesia ardendo como uma pyra sobre o tampo dos toneis impantes: ......... A Tasca das Camêllas Para mim, era um sonho, o ceu cheio de estrellas.

Ao mesmo tempo o João da Ventosa e o Manuel Simões, encontrando-se hombro a hombro com um marchante conhecido, homiziavam-se com elle a furto no retiro de uma tasca chamada loja de bebidas, para onde os iniciados se introduziam por um corredor estreito, disfarçado no fundo da entrada da casa, deante da qual se achavam. Até aqui corrêra tudo admiravelmente, mas o demonio depressa as arma.

Elle tinha de certo ouvido contar que João Penha, entrando na Tasca sem perder a donairosa compostura de um gentleman, que jamais esquecia as luvas e o charuto, se limitava a esvasiar uma «taça», nome aristocratico com que nas Camêllas a bohemia nobilitava o copo.

Durante tres annos Carlos tocou guitarra pelo Penedo da Saudade, encharcou-se de carrascão na tasca das Camêlas, publicou na Idéa sonetos asceticos, e amou desesperadamente a filha d'um ferrador de Lorvão.

Valla commum tasca nojenta, Mesa redonda sepulchral, Aonde a toalha crapulenta

Esse ahi é o Miranda, que tem varizes nas pernas e bebe aguardente na tasca do Ferra Moscas; essa altiva rainha esmagando o cofre de perolas d'el-rei de Castella, é nada menos que a Joaquina, que leva pancadas do amigo, e ata as meias com uma guita, a meio da barriga das pernas. Passa fóra, ó reinadios!

Aqui esta no que veio a dar aquelle bello espirito do maior improvisador e do maior bohemio da Coimbra de ha vinte annos! Ó salgueiraes do Mondego, lamentai-o! Ó musa alegre da tasca das Camêllas, cobre de luto a tua face mésta! Ó fina flôr dos rapazes d'esse tempo, chorai por elle e.... por vós! Colhi em Braga informações sobre o viver de João Penha transformado.

Que te fulminem, Jacintho! diria um leitor circumspecto. Achou-lhe airoso movimento na alma, assim como nós, os filhos d'este seculo cortez e cavalheiroso, lhe achariamos na arca do peito as vertigens ebrias d'um trovista de tasca. A poesia, que um sorriso meigo de mulher agradeceu, logrou a sua nobre missão: divinisou-se.

Antonio Nobre conhecia a tradição, a anecdota, o pittoresco da lenda, mas, quando chegou a Coimbra, apenas restava da bohemia de João Penha, na Tasca das Camêllas e na Via Latina, a lembrança de que passára outr'ora por ali uma onda de mocidade alegre, que o tempo seccou. Tia Camêllas... ficou a camellice. A tradição em Coimbra, um advogado em Braga, eis o que resta de João Penha bohemio.

Lembrou-se da pequerrucha, despediu-se havia de voltar, tinham muito em que conversar te espero, minha brazileira, e olha, vem á tardinha, tenho mais uma aquella de vagar. A Annita sahiu da tasca. Ficava em frente a alameda das Fontainhas, com as suas sombras frescas, a relva cylindrada, um doce murmurio d'aguas que cahiam no tanque.

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