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«A palavra! a palavra, cidadãoTodos pedem, mas logo o presidente Tocava a campainha, que o tacão Lhe impede ser ouvido d'essa gente. «Ordem, ordem!... silencio! á votação Vou propor, se o club m'o consente, Artigos do contrato federal, Que abula a realeza em Portugal. Que futuro medonho nos aterra!.. Funccionarios, ministros, titulares Absorvem e devoram nossa terra!

Nós gememos em quanto os outros luzem; barricas de pinos se introduzem; Porque o pino de fóra, por mais duro, Deixa o tacão mais forte, e mais seguro. Se até vejo substancias combinadas, Nos paizes estranhos preparadas, Para pôr bom cherume nas panellas, E fazer hum bom molho ás cabidellas: E disto haverem lojas em Lisboa, Que por caixeira tem Madama Grôa!

E o mestre pára, e assoa-se; mas a interrupção fatal desvanece as illusões dos officiaes ouvintes, e descerrando-lhes os dentes, lhes quebra os brios com que puxavam a encerolada linha, ou cravavam os pinos no alteroso tacão. Uma idéa, todavia, asserenava logo a alma de Manuel da Ventosa: o furacão paterno estava certo; mas devia ser passageiro.

Nas noites de verão, no Passeio Publico, quando ha musica, fogo de artificio, muito calor e muito aperto, e as meninas burguezas que ainda não podem gozar da villeggiatura elegante, passeiam com toilettes claras, na plena expansão da flirtation lisbonense, confesso que muitas vezes atravessei a multidão, pisado, empurrado, offegante, sem respeito pelas caudas de seda, de foulard, de linho transparente, que para alli vão desfructar o prazer de se encherem de poeira e de rasgões, e que debalde procurava reconhecel-a em cada vulto feminino, esbelto, gracioso, que passava pisando a areia das ruas, com o tacão alto das estreitas botinas de pellica.

Umas são as pobres creaturas roucas e aguardentadas que ahi vemos atravessar as ruas, apregoando hortaliças, ou fructa, outras as pallidas e anemicas creanças, de cuia postiça, chapeu de aba revirada, polonaise phenomenal, bota de tacão alto e cambada, que encontramos á noutinha ou de manhã cedo, indo para casa das modistas, ou voltando de .

Filhas d'estes paes o que serão as meninas? Querem vestidos de seda, embora os comprem em segunda mão, querem joias embora sejam falsas, querem botinas de tacão alto, porque as teem visto ás pequenas da viscondessa de M. e da baroneza de S. e da marqueza de V.; querem apparecer no theatro, querem ir ao Club, querem tomar banhos quando não seja em praia elegante, ao menos na Ericeira; querem reunir á noute uma vez por semana, umas visitas que nunca vão, querem fazer emfim o que por ahi faz toda a gente.

Nos museus encontram-se os quadros pintados. Pois o boulevard é um museu ao vivo, se entende. Dizia Richelieu que costumava esmagar o amor debaixo do tacão da sua bota. D'onde se que nem o illustre cardeal se pôde eximir ás influencias do mundo exterior e dos boulevardiers. O boulevard é ainda mais o figurino, a moda, o chic.

A conversação foi cortada pela vinda de Angela, que estava vestida e encantadoramente galante com o seu gibão escarlate de passamanes de prata, saia de trez barras com debruns de lhama de ouro, chapins altos de setim branco e tacão escarlate, volante de rendas na cabeça, ondeando por sobre as espiraes de tranças louras que lhe deslizavam nas espaduas meio nuas.

Tipoias vazias rodavam devagar; pares de senhoras passavam, de cuia cheia e tacão alto, com os movimentos derreados, a pallidez chlorotica d'uma degeneração de raça; n'alguma magra pileca, ia trotando algum moço de nome historico, com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos bancos da praça gente estirava-se n'um torpôr de vadiagem; um carro de bois, aos solavancos sobre as suas altas rodas, era como o symbolo de agriculturas atrazadas de seculos; fadistas gingavam, de cigarro nos dentes; algum burguez enfastiado lia nos cartazes o annuncio d'operetas obsoletas; nas faces enfezadas de operarios havia como a personificação das industrias moribundas... E todo este mundo decrepito se movia lentamente, sob um céo lustroso de clima rico, entre garotos apregoando a loteria e a batota publica, e rapazitos de voz plangente offerecendo o Jornal das pequenas novidades: e iam, n'um vagar madraço, entre o largo onde se erguiam duas fachadas tristes de igreja, e o renque comprido das casarias da praça onde brilhavam tres taboletas de casas de penhores, negrejavam quatro entradas de taberna, e desembocavam, com um tom sujo d'esgoto aberto, as viellas de todo um bairro de prostituição e de crime.

Que errei esta palavra não se pense; Pois vem na biblioteca Tafulense Com pitéo, com pinóia, com chalaça, Cucanha, mujangué, Caurím, que embaça E para o peito ter maior altura, E mostrar o que querem na figura, Dão aos seus alfaiates a matraca De almofadar as bandas da casaca. Ora em trazerem cilha acho razão, Visto haver ferradura por tacão!