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O grande critico da nossa raça n'este seculo é com toda a certeza Sainte Beuve. Os que vieram depois d'elle, deram a formula mathematica, precisa, da doutrina que elle praticára e descobrira com uma ligeireza, uma elegancia, um gosto nunca mais realisados.

Destaca-se d'elle, com uma nitidez viva de contornos, a figura poderosa e sympathica do grande revolucionario hollandez Marnix de Sainte Aldegonde, a quem, juntamente com Guilherme de Orange, o Taciturno, se deveu a definitiva formação e a independencia da patria, o homem que á frente da Liga dos Maltrapilhos resistiu a Filippe II, e impelliu a Hollanda no caminho da sua libertação nacional e religiosa, fazendo d'este pequeno paiz, d'uma heroicidade séria e reflectida, uma especie de vanguarda dos exercitos revolucionarios que conquistaram mais tarde, com tanto sangue e tanto martyrio, a liberdade do seu governo interno e a liberdade da sua consciencia.

Modernamente, quantos outros me chamavam, ainda mais queridos ao meu coração, ainda mais intimamente e estreitamente identificados com todas as recordações mais doces da minha vida intellectual... Era Michelet, o poderoso encanto allucinante; era Balzac, a vida intensa que pullula em creações immortaes; era Renan, a graça emballadora, ondeante e morbida, que anesthesia e faz sonhar; e Taine, o vigor soberbo da idéa servido por um temperamento possante de artista e de poeta, um Spinosa que tivesse o pincel do Veronez para traduzir as visões do seu pensamento altissimo; era Musset, o divino; era Sand, e Sainte Beuve, e Hugo, e Lamartine: e cada um me attrahia por um lado ou por muitos lados da sua sensibilidade e do seu genio, e cada um me dizia a palavra magica que faz parar, suspenso, embevecido, um espirito de poeta e de artista, humilde embora...

Sainte Beuve, adoptando muitos dos pontos de vista de Villemain, accrescenta-lhes tudo que póde tornar este methodo mais vivo, mais luminoso, mais humano, tudo o que póde dar movimento e graça ao corpo um tanto inteiriçado e hirto do eloquente professor do Curso de litteratura. A critica de Sainte Beuve é uma creação! Na obra d'arte a época em que ella surge e o homem que a produziu.

Rosso teve um logar de conego na collegiada da Sainte Chapelle. O que fizera elle para merecer tão piedosa distincção? Pintára o mais estranho e luminoso carnaval de alegria e de côr, que ainda a imaginação febril de um artista d'aquelle tempo de febre concebera e realizára.

A pintura mural rivalisava com a dos grandes vitraes. O tempo fel-a, porém, desapparecer quasi por completo, habituando a esthetica moderna a não comprehender nem admirar a polychromia dos edificios, aliás tambem muito empregada nos Estylos Classicos. A Sainte Chapelle de Paris, modernamente restaurada, offerece no interior um excellente exemplo da pintura mural.

Alphonse Karr, quando estava empenhado em tão santa crusada, devotou-se inteiramente a ella; não visitava o seu jardim de Sainte Adresse; esqueceu as flores e o mar. O Primeiro de Janeiro vive igualmente para o povo. Emquanto o povo dorme, vae o prelo imprimindo a ideia que pela manhã ha de saltar na rua. Enxameiam á porta os gavroches como soldadesca impaciente de dar batalha.

O conto é a fórma litteraria da lenda. Boccacio no Decameron, n'aquellas transições instantaneas do ridiculo ao pathetico, revela uma face profunda da historia, o estado dos espiritos na terrivel peste de 1358. A imaginação era tão perigosa como o contagio; a distracção calculada, o prazer egoista dos jardins de Pampinea, a indifferença, o scepticismo que se desenvolve nas grandes calamidades, podiam suspendel-a na exageração do terror. Nos contos da Edade média ha uma mistura de devoção e desenvoltura; no Heptameron da rainha de Navarra, as aventuras cavalleirosas, as intrigas de amor, os padres e monges seduzindo as noviças, entretecem-se com reflexões moraes, e de quelque léçon de la sainte Ecriture.

As suas disposições fazem lembrar até certo ponto e com a devida modestia as da Sainte Chapelle de Paris. Está hoje em adeantada restauração; devendo constituir, em breve, a unica construcção completa do Estylo Ogival em Lisboa.

Outro tanto não poderemos dizer da Sainte Chapelle de Paris, riquissimo exemplar do Estylo Ogival, mas tão pequeno e rendilhado que faz nascer a idéa de estarmos dentro de um riquissimo e gigantesco cofre cinzelado. Taes são as impressões, que produzem, pelo menos no nosso espirito, estes dois pequenos monumentos: o arabe e o christão.

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