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Portanto, o que se queria indicar aos sacadores, é que, principiando as suas visitas pela tal via pública, erradamente classificada e denominada «Rua dos Torneiros», e continuando-as pela rua de Ilusuarte Peris, que se lhe seguia, fôssem indo até alcançar a rua direita da Costa, nesse tempo, como agora e sob a denominação de calçada do Correio Velho, limite léste da predita freguezia.

Como quer que seja, o designar semelhante indicação a rua onde deviam começar as operações da cobrança, apresenta-se, tanto para o lançador das fintas como para os sacadores d'ellas, facto natural, correntio. A via pública de que se tracta poderia ter outra qualquer denominação, que para uns e outros esta que lhe foi attribuida bastou. E bastou tambem para nós.

Gaspar das Naus não é o unico a quem tenha sido applicado o cognome. Houve por esta epoca um outro individuo, chamado Manoel Lopes, tambem cognominado «das Naus». Ainda não sabemos em que se occupasse. O rol onde figura Marcos Borges foi entregue aos sacadores em 2 de maio de 1566, sendo por elles restituido ao thesoureiro da imposição em 1 de agosto seguinte.

A 17 de setembro de 1566, Manoel Affonso, atafaneiro, morador ao Poço do Ceitil e Jeronymo Gonçalves, serralheiro, morador na rua dos Cavalleiros, escolhidos para sacadores do «quatorzeno» rol da freguezia de Santa Justa, receberam nos Paços do concelho desta «mui nobre, sempre leal cidade de Lisboa», onde se tratava de dar execução ao Regimento da cobrança do voluntario imposto a que nos temos referido, as competentes copias do predito Rol, e trataram de avial-as.

Em compensação, porém, os roes dos sacadores falam-nos de 4 ruas que «vão das Chagas para Santa Catharina», assim como de 2 outras que «vão por detrás de Santa Catharina, uma para a Costa, outra para o Valle», e destas seis não é em nenhuma maneira facil fixar a situação.

O que se nos afigura por mais certo, é que os sacadores encontraram, com effeito, Marcos Borges residindo na mesma casa onde teria a sua officina, o que era regra, a bem dizer, geral, não «atrás da ermida de nossa senhora da Palma», mas na travessa de quebra costas, uma das tres do grupo onde o seu nome apparece, entre outros, e da qual se pode admitir, sem grande violencia, que ficasse fronteira, mas do lado opposto da Correaria, á parte posterior daquella ermida.

Quanto á menos exacta qualificação que ao impressor foi attribuida pelos sacadores, pode entender-se egualmente, ou que houve equivoco da parte destes, ou que elles quizeram favorecer o recem-estabelecido «imprimidor», conservando-lhe a qualificação de «obreyro», com o fim de lhe minorar a importancia do escote.

Alem da senhoria, habitavam n'elle mais 6 inquilinos; 3 varões e 3 femeas, como se diz em estatistica de população. Entre as femeas, duas eram viuvas; dos varões, um fallecera ao tempo de chegarem os sacadores, outro abalara para parte incerta. O terceiro era typographo; chamava-se Antonio Gonçalves, e tinha aqui a sua officina.

Marcos Borges, typographo proprietario de officina, poderia, é verdade, ser avaliado em 3$000 réis, como o fôra o seu confrade João Blavio, e pagaria 21 rs. de escote, mas passando, por favor dos sacadores, por méro «imprimidor obreyro», alcançava o beneficio da «menor contia», que eram 2$500 rs., correspondendo-lhe a contribuição de 17 rs. Era uma differença apreciavel.

A 26 de abril de 1567 deram os honrados sacadores do «Quatorzeno Rol da Freguezia de Santa Justa» por finda a sua tarefa, entregando, com a nota de 239 addições cobradas, ao Thesoureiro da Cidade, André Luiz, recebedor do dinheiro deste Lançamento, a quantia de 26$476 réis, em que ellas importaram, jurando aos Santos Evangelhos terem procedido como homens de bem.

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