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Huma cousa quero encomendarte, Para repouso algum de meu engano, Antes que o tempo, emfim, de mi te aparte: Que s'esta fera, qu'anda em traje humano, Por a montanha vires ir vagando, De meu despôjo rica e de meu dano, Comos vivos espritos inflammando O ar, o monte e a serra, que comsigo Continuamente leva namorando; Se queres contentar-me, como amigo, Passando, lhe dirás: Gentil pastora, Não ha no mundo vício sem castigo.

O luminoso dia Os amorosos corpos despertava Á cega idolatria, Que ao peito mais contenta e mais aggrava; Onde o cego menino Faz que os humanos crêão que he divino: Quando a formosa Nympha, Com todo o ajuntamento venerando, Na crystallina lympha O corpo crystallino está lavando; O qual nas ágoas vendo, Nelle, alegre de o ver, s'está revendo: O peito diamantino, Em cuja branca teta Amor se cria; O gesto peregrino, Cuja presença torna a noite em dia; A graciosa boca Que a Amor com seus amores mais provoca; Os rubins graciosos; As pérolas qu'escondem vivas rosas Dos jardins deleitosos, Que o ceo plantou em faces tão formosas; O transparente collo, Que ciumes a Daphne faz d'Apollo; O subtil mantimento Dos olhos, cuja vista a Amor cegou; A Amor que, com tormento Glorioso, nunca delles se apartou, Pois elles de contino Nas meninas o trazem por menino; Os fios derramados Daquelle ouro que o peito mais cobiça, Donde Amor enredados Os corações humanos traz e atiça, E donde com desejo Mais ardente começa a ser sobejo.

donde a errada e cega Monarchia De fabulosas leis está vivendo, E á fôrça d'hum amor engrandecia O nefando Alcorão em qu'está crendo; donde nada val a Poesia, E s'está da lei della escarnecendo; donde a fidalguia Mahometana Cuida qu'um nome vão a Deos engana. Ás portas da cobiça e da vileza Estes netos de Agar estão sentados Em bancos de torpissima riqueza, Todos de tyrannia marchetados.

S'esta dor tão conhecida Me não vem, porque não querem, Que farei para ma crerem? Se se pudesse bem ver Quanto callo, e quanto sento, Despois de tanto tormento Cuidaria alegre ser. Mas se não me querem crer Olhos, que tão mal me ferem, Que farei para me crerem? Vosso bem querer, Senhora, Vosso mal melhor me fôra. Voltas.

Se o dar-me morte tens por glória altiva, Eu m'inclino a que mates; tu t'inclina A matar mais de branda que d'esquiva. S'esta alma tua julgas por indina Daquelle grande bem qu'em ti s'esconde, Do descoberto mal a faze dina. Ou m'acaba de todo, ou me responde. Mas por mais que te mostres rigorosa, Deixar meu pensamento m'he impossivel, Igualmente que a ti não ser formosa.

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