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Se o dar-me morte tens por glória altiva, Eu m'inclino a que mates; tu t'inclina A matar mais de branda que d'esquiva. S'esta alma tua julgas por indina Daquelle grande bem qu'em ti s'esconde, Do descoberto mal a faze dina. Ou m'acaba de todo, ou me responde. Mas por mais que te mostres rigorosa, Deixar meu pensamento m'he impossivel, Igualmente que a ti não ser formosa.

O doce rouxinol n'hum ramo canta, E d'outro o pintasirgo lhe responde; A perdiz d'entre a mata, em que s'esconde, O caçador sentindo, se levanta: Voando vai ligeira mais que o vento; Outro assento Vai buscando; Porém quando Vai fugindo; Retinindo, Traz ella mais veloz a setta corre, De que ferida logo cahe e morre.

Quando vemos que sahe no Oriente O sol, seu curso antigo começando, Formoso, intenso, puro, refulgente, O monte, o campo, o mar, tudo alegrando; Quando de nós s'esconde no Ponente, E em outras terras sahe, allumiando, Sempre, em quanto vai dando ao mundo giro, Chórão por ti meus olhos, e eu suspiro.

E assim por ella fico preso, em quanto O sol s'esconde no occidente triste, Um cravo murcha n'uma jarra, a um canto, E as aves vôam debicando o alpiste! Tenho bem fundo, ainda, a sua imagem Gravada na minha alma. Era alta e bella; Tomei cognac muita vez com ella, E aos circos a levei de carruagem. Era nervosa e lyrica.

E mais surda então eu a seus clamores, Que aspide surda, ou surda penedia, Julgava os seus amores por vaidade. Agora em pago disto a liberdade, A vontade e o desejo De todo entregue vejo A quem, inda que brade, não responde; Pois vejo que s'esconde Ja debaixo da terra este qu'eu chamo, Que he aquelle a quem amo, Aquelle a quem agora estou rendida. Ai quão devagar passa a triste vida!

Se a atmosfera Não refrangesse a nós do Sol os raios, Não se virão brilhar n'azul campina Em distancia infinita immensos astros: Nem o doce crepusculo se vira, Ou quando o mesmo Sol s'esconde, e fóge, Ou quando n'horizonte inda não surge, Mas debil raio matutino espalha.

E se alguma cousa da corôa real tomou e emlheou para ser culpado, não foi para si nem seus filhos, mas foi sómente a que a vós e cousas vossas deu, nem seria por ser de fraco coração e não desposto para defensão dos reinos que regeu, pois sabeis com quanto esforço, deligencia e ousadia sempre os defendeu, procurando-lhe sempre paz e justiça, e nunca guerra nem torvação, pois certamente menos devera ser por desleal, ou por se sentir n'elle como tyranno alguma vituperada cobiça e danado desejo para reinar, segundo ao novo rei e a seu povo, para sua maior indinação fizestes entender, pois a todos foi notorio que não sómente se não achou contra elle culpa, porque verdadeiramente assi parecesse, nem se podesse bem conjecturar, mas ainda está claro, que durar a vida d'El-Rei tanto tempo em seu poder, e procura-la sempre com tanto amor e cuidado juntamente com sua mui real e perfeita creação o relevam contra si de semelhantes maginações, e de todo o alimpam d'esta errada suspeita, por suas muitas virtudes e grande lealdade teve como era razão a vida, saude e estado d'El-Rei em tanta veneração e resguardo, que álém de se conhecer que sobre todalas cousas o amava, ainda parecia que o adorava, e se em seu coração entrara proposito tão reprovado, elle ou secreta ou artificialmente o privara da vida, para que teve largo tempo e boa disposição, ou o fizera criar e criara em tanta torpeza e danados costumes, com que não podendo os máos leixar nem dos bons aprender, se fizera para si mais dino de privação que da governança e regimento de nenhum reino, cujo defeito e indisposição causara requerer-se n'estes outro novo regedor ou rei como outras vezes se fez, mas não se póde negar que El-Rei assi para Deus e para o mundo, como para si mesmo e para seus reinos e vassallos, foi tão altamente criado e ensinado tão perfeitamente, que a certidão d'isso que em sua real pessoa e mui nobre coração por evidencia de obras claramente se mostrava, fazia que nos reinos estranhos por sua louvada fama fosse desejado por seu proprio Principe, e nos seus proprios servido e adorado por Rei; e porque o Infante D. Pedro tal o criou, bem se viu que por tal o amou e serviu sem alguma sua quebra nem defeito, usando seu officio de regente com tanta perfeição e cumprimento, que mais pareceu que acceitara tal cargo para sua pena e trabalho, mais que para sua gloria nem descanço, cujo galardão devera ser outro e não este que lhe procurastes, vos leixaste guiar d'odio, inveja e cobiça, com que lhe causaste a morte tão vituperada com tamanhas maguas em sua limpeza; mas porque com isto a bondade e justiça de Deus foi claramente offendida, elle como justo e poderoso que é, não permittiu que tamanha culpa ficasse sem grave pena e justa vingança, pelo qual sua severa justiça e profundo saber, a que nada s'esconde ainda que fosse por tempos e passos tão vagarosos, quiz por castigo d'este e por enxemplo d'outros, que qual de vós irmãos infante e duque, em tantos males, mortes e desaventuras um ao outro tivesse a culpa, o neto do innocente, no neto do culpado com deshonrada e mortal pena de sangue egualmente a vingasse e justificasse depois, e assi se fez, como d'esta triste e espantosa execução depois de muitos annos passados a praça d'Evora foi publica testemunha, segundo em seus tempos e logares está mais declarado.

Porem o Conde o deteve e bradou: «Que nome é o teu ó homem singular, onde s'esconde um peito que é mais nobre do que o meu? Por que reinos cruzaste? Dize aonde aprendeste, ó phantastico plebeu! a fallar das extranhas afflicções, d'um modo que sacode os corações...?!»

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