United States or Uzbekistan ? Vote for the TOP Country of the Week !


Mas eu por vezes tive occasião de notar o pouco caso que em geral a gente do Rupire faz da auctoridade do mambo.

Em uma carta que duas ou tres semanas depois vim a receber em Gouveia do governador de Tete, informado embora com muitas alterações e exageros do que succedia, espontaneamente me pedia elle mais algumas informações a fim de immediatamente mandar avançar a necessaria gente de Tete para effectuar a posse do Rupire.

Construir ou aproveitar umas tres aringas, escolher para ellas bons capitães com as suas ensacas de cypaes, aos quaes se darão as terras necessarias para o sustento de suas familias, e nomear os inhacuavas de Guessa, do Rupire e de Massaua, escolhidos entre os grandes d'estas terras, que vivam nas aringas, respondam pelos colonos e lhes advoguem os interesses.

Até este momento, portanto, não tinha eu rasão para pensar que succederia differentemente do que por muitas vezes me tinha acontecido, principalmente nas minhas antigas viagens, partindo de Tete mesmo com o governador do districto, com o abandono das cargas e fuga dos carregadores. Por peior opinião que forme do caracter da gente do Rupire não penso que este roubo fosse premeditado.

Na manhã do dia 12 apresentaram-se os carregadores no acampamento e receberam todos pagamento para levarem as cargas até á povoação de Gossi, na terra de Sangano. Foi indicada esta povoação pela gente do Rupire, apesar de não se achar ella na direcção do Barue, por dizerem ser a mais proxima e aquella onde facilmente encontraria gente que quizesse ir até á aringa de Tumbura.

Estes homens, quasi todos meus conhecidos, pelo mal que se comportaram como carregadores desde o acampamento do Inhamatoque até ao do Rupire, e depois nos varios serviços, como construcção de palhotas, de que eu os encarreguei, levantaram as cargas e pozeram-se a caminho em tão boa ordem e assim foram seguindo, que eu suppuz que teriam recebido especiaes recommendações para irem convenientemente até ao seu destino.

Tinha porém eu partido de Gouveia com gente e conselhos do Manuel Antonio; o nome d'estes mambos vizinhos do Luenha, principalmente o do Caterere, está muito ligado no espirito de Manuel Antonio ao do Macombe, antigo rei do Barue, de quem elles eram como vassallos e suppuz que recorrendo eu ao capitão mór de Chicoa para a occupação do Rupire, não seria isso agradavel a Manuel Antonio; vindo mais tarde a reconhecer que, se assim tivesse procedido, o teria extraordinariamente offendido e talvez motivado acontecimentos desagradaveis.

Foi o uso d'esta repugnante agua de certo a causa dos soffrimentos de baço que depois tive, mas a tudo me sujeitava para realisar a fundação da estação do Rupire, que, embora me propozesse fazer varias excursões na Macaha e outros paizes proximos, não mais tencionava abandonar senão quando de Portugal fosse mandado alguem para tomar conta d'esta estação.

Logo que cheguei ao Inhamatoque mandei chamar gente do Rupire, mas no dia 26 é que tive os necessarios carregadores e parti para junto da povoação do mambo d'esta terra.

Na volta passei pela aringa de Cariua, filho do mambo da terra, e ahi tive occasião de ver que a opinião a respeito do Rupire era a mesma que em Sangano, e que ficam esperando que em breve passem pela sua terra, como amigos, cypaes de Gouveia, com destino ás terras que fizeram por ser castigadas,