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Porque os alcaides-móres comiam as rendas e desamparavam os castellos no fervor da guerra, sem gastarem um vintem na defesa, não havendo quasi nenhum, que cumprisse os seus deveres, no que se pareciam com os outros chefes militares, os capitães-móres, que comiam os soldos e roubavam os soldados.

E entre outras ordenaram que El-Rei para segurança não sómente de sua vida, mas da justiça e fazenda tirasse, como logo tirou todolos officios que os criados de seu tio na côrte tinham de qualquer calidade que fossem, poendo suspeições e testemunhos falsos, a uns que erravam na justiça, e a outros que roubavam a fazenda, e a outros que dariam peçonha a El-Rei, segundo a cada um em seus officios podia tocar, e para parecer que o queriam provar, não falleciam logo pessoas induzidas, que com medo de pena, ou com esperança de galardão que lhe promettiam, á sua vontade o testemunhavam.

Se os principes da Egreja influiam de tal modo, a plebe ecclesiastica acompanhava as massas no rodopio lugubre e sanguinario da dança infernal da Edade-média. Os homens da Egreja commettiam todos os crimes. Sacerdotes, habitando os templos e os mosteiros, os seus erros eram outros tantos sacrilegios, pela qualidade dos delinquentes e pela condição do lugar. Roubavam, feriam, matavam, mentiam.

João Canhoto não deixava de dizer a verdade: as mouras por aquelles tempos roubavam ás christãs bastantes corações, tanto de nobres, como de peões, o que as obrigava a crêr em poderes occultos, para não se confessarem derrotadas nos encantos.

Os conselheiros de D. Affonso V diziam-lhe, segundo conta Pina, que «por segurança não sómente de sua vida, mas da justiça e fazenda tirasse, como logo tirou, todos os officios, que os criados de seu tio na côrte tinham de qualquer qualidade que fossem, pondo suspeições e testimunhos falsos, a uns que erravam na justiça, e a outros que roubavam a fazenda, e a outros que dariam peçonha a el-rei, segundo a cada um em seus officios podia tocar, e para parecer que o queriam provar, não falleciam logo pessoas induzidas, que com medo de pena, ou com esperança de galardão, que lhe promettiam, na sua vontade o testimunhavam» .

O carro desappareceu entre as ramagens dos choupos que orlavam a estrada; ella voltou os olhos para os cyprestes do cemiterio, como querendo instinctivamente prender-lhes qualquer cousa que lhes roubavam, e ergueu-se a dar o peito ao filho que se movia no berço.

O processo era secreto, e D. Affonso não pôde prevenir o exito da injuriosa e negra calumnia; andava lidando com mouros ao de Cintra, aonde tinha castello fronteiro, e tinham os mouros o seu sustentado pelos seus navios, e gente de mar e chegavam com as suas correrias até Lisboa e talavam os campos, matavam e roubavam; e alli vivia ao S. Affonso solicito do modo porque havia de extinguir o covil, e tinha certa a sua presa, quando o surprehendeu a noticia que vinha de Traz-os-Montes vencendo leguas e horas, de que andava um nuncio de Roma pelas igrejas principaes das villas e terras do reino a publicar um interdicto contra o rei e contra os seus soldados, se não abandonassem o rei no mesmo momento.

Os soldados roubavam, os capitães roubavam com elles, roubavam-nos a elles, cerceando-lhes as rações de arroz avariado e podre. E depois da façanha, em que muitos ficavam, depois de forçados a fugir em debandada, «os capitães-móres das armadas recolhem-se com os focinhos quebrados e com alguns navios perdidos.

Na náu em que fôra á India D. Antonio de Noronha iam 900 pessoas: metade morreu na viagem. Além d'isso os capitães era sabido roubavam nos mantimentos, e para poupar, escolhiam generos da peior especie. Tudo ia avariado e podre, a agua corrompida. N'uma viagem de seis mezes, como a da India, abasteciam-se para cinco apenas: d'ahi resultavam fomes. Estas conversas exaltavam muitas vezes os animos.

Ninguem mesmo se atrevia a guarda-lo de noite porque as passava a gritar que o diabo estava alli, que um gato preto o queria afogar, que lhe roubavam a fazenda!...