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Se não fosse o receio de enjoar o leitor, que um romance, cansado de ler livros com ideias, escrevia agora aqui uns threnos plangentes sobre a patria de D. João I e D. Manoel.

O romance de Bertha, o de Ogeiro de Dacia, e de Cleomadis, o de Reinaldos de Montalvão, o dos quatro filhos d'Aymão, o de Flora e Brancaflor, o do gigante Morgante, e varios outros, de que se aproveitaram Boiardo, Ariosto, Pulci, e os mais poetas romancistas d'Italia pertencem a este cyclo.

Mas a boa mulher, decerto para se fazer pagar melhor pela multiplicidade d'esforços, não podia descobrir o typographo aquelle famoso Gustavo que possuia, como os anões de romance de cavallaria, o segredo da torre maravilhosa onde vive o principe encantado. Oh, senhor! dizia o conego, isso até cheira mal! Ha quasi dois mezes á busca d'um patife!... Homem, escreventes não faltam.

Ah! como toda esta historia é artificial, postiça, pobremente inventada! aquellas carruagens como galopam mysteriosamente pelas ruas de Lisboa! aquelles mascarados, fumando n'um caminho, ao crepusculo, aquellas estradas de romance, onde as carruagens passam sem parar nas barreiras, e onde galopam, ao escurecer, cavalleiros com capas alvadias! Parece um romance do tempo do ministerio Villele.

Entendeu o auctor que era sobre tudo descriptivo o romance moderno, profundamente descriptivo, cheio de analyse, critica, de bom-senso e da naturalidade; de pouco dialogo e de muita observação; havendo todo o escrupulo em pôr de parte o devaneio, na dissecação dos homens e das cousas. Ao ideal d'este livro presidiram, pois, as realidades presentes e passadas.

Realista, porque elle o era em litteratura, jamais se occupou em reproduzir os quadros negros da sociedade, as paixões revoltas e baixas, as enormidades do crime, os typos ridiculos ou hediondos. Suppondo mesmo que o não sabiamos, facilmente conheceriamos que o espirito de Gomes Coelho fôra educado na leitura do romance inglez.

Tudo nos leva a crer que não tarda ahi o desenlace d'este conto. A moral publica, ciosa das suas prerogativas, e dos deveres em que estamos para com ella, nós, os fabricantes de historias, contos, lendas, fabullarios, soláus, e varias outras feições do folhetim a moral publica, dizia eu, quer que um romance acabe bem.

O meu romance foi pateado, pelo sorriso do regedor, como inverosimil desastre que depois me tem succedido com outros muitos romances, inspirados por intuitos menos louvaveis e mais verosimeis. Eu quizera salvar Gloria da imputação de ladra.

Victor Hugo notou, no romance Notre Dame, que o Paris de Luiz XV estava em Saint-Sulpice, o Paris de Luiz XVI no Pantheon, e o Paris da republica na Escola de Medicina. Em Portugal, tambem o snr.

Das meninas, a mais saudosa do Porto era Corinna da Soledade. Razão tinha mais que as irmans, porque amara mais que todas, e amara sem intenção nem calculo. N'um baile do conde do Casal fôra-lhe apresentado Antonio d'Azevedo Barbosa, moço de vinte e dois annos, nem pallido nem córado, nem triste nem alegre, um homem egual a todos os homens, como elles são fóra do romance.