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O Morgadinho dos Poyaes... Se vive , ou se vai pela manhã e vem á noite, isso não sei. O que sei é que voltou... E janota, fato novo... Eu entendi que devia avisar, porque póde estar certo que elle, mais dia menos dia, pela Ameliasinha na Ricoça...

Então por fim não foi para o Brazil? Pelos modos, não... Que a sombra d'elle não era, era elle mesmo em carne e osso... A sahir da loja do Fernandes por signal, e todo peralta... Sempre é bom avisar a rapariga, senhor parocho, que se não ella plantar de janella... Amaro deu-lhe as duas placas que ella esperava e d'ahi a um quarto d'hora, desembaraçado do coadjutor, ia no caminho da Ricoça.

Idem. E no escuro da escada os dois padres apertaram-se silenciosamente a mão. D'ahi a dias, depois d'uma scena de prantos, Amelia partiu com D. Josepha para a Ricoça n'um char-

Que tem que viva na Ricoça?... Em a rapariga convalescendo as senhoras vêm p'r'á cidade, e não se falla mais na Ricoça. Mas a Dionysia procurava ainda, arranhando devagar o queixo. Tambem sabia d'outra. Essa morava para o lado da Barrosa, a boa distancia... Criava em casa, era o seu officio... Mas n'essa nem fallar! Mulher fraca, doente?

Se elle começasse a ir á Ricoça, n'uma semana reganhava todo o seu dominio... Ah, conhecia-a bem! Era tocar-lhe, piscar-lhe o olho... Estava logo rendida. Passou porém uma noite inquieta, desejando-a mais que nunca. E ao outro dia á uma hora marchou para a Ricoça, levando-lhe um ramo de rosas.

E o bom abbade respondia com paciencia contente de a vêr esquecida do parocho, occupada de João Eduardo: tinha agora a certeza que aquelle casamento se faria: ella evitava, de resto, pronunciar sequer o nome d'Amaro, e uma vez mesmo respondeu ao abbade que lhe perguntava se o senhor parocho voltára á Ricoça: Ai, vem pela manhã vêr a madrinha... Mas eu não lhe appareço, que nem estou decente...

E alli ficava á mesa, horas esquecidas, de perna esticada, fumando sobre o café, e lamentando não ter á mão a sua Ameliasita... Que fará ella por , a pobre Ameliasita! pensava, espreguiçando-se com tedio e com langor. A pobre Ameliasita, na Ricoça, amaldiçoava a sua vida.

E era possivel que ella, em seis ou sete semanas, tivesse assim esquecido tudo? N'aquellas longas noites na Ricoça, na cama, não lhe viria uma recordação das manhãs no quarto do tio Esguelhas?... Decerto: elle sabia-o da experiencia de tantas confessadas que lhe tinham revelado afflictas a tentação muda e teimosa que não deixa a carne que uma vez peccou...

Ai, senhor parocho, deixar a pequena!... Mal sabe o que me custa... Parece que a não torno a vêr. Appareça pela Ricoça, faça-me essa esmola. Veja se ella está contente... descansada, minha senhora. Adeus, senhor parocho. Muito obrigada por tudo... Ai os favores que lhe devo! Tolices, minha senhora... Boa jornada, noticias! Recados ao padre-mestre. Adeus, minha senhora! adeus, Ruça...

E Amelia, n'essa noite, no seu quarto, não pôde adormecer na irritação que lhe dava aquella idéa do senhor parocho a divertir-se na Vieira, sem pensar n'ella decerto, chalaceando com as senhoras na praia, e andando de serão em serão... Com a primeira semana de novembro vieram as chuvas. A Ricoça parecia agora mais lugubre n'aquelles dias curtos, banhados d'agua, sob um céo de tempestade.

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