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Mas, sobrevivente ás outras mais altivas, comprehendida nas construcções do Paço formoso que se erguera d'entre o sombrio Castello Affonsino, e que dominava Santa Ireneia durante a dynastia d'Aviz, ligada ainda por claras arcarias d'um terraço ao Palacio de gosto italiano, em que Vicente Ramires converteu o Paço manuelino depois da sua campanha de Castella: isolada no pomar, mas sobranceando o casarão que lentamente se edificára depois do incendio do Palacio em tempo d'El-Rei D. José, e a derradeira certamente onde retiniram armas e circularam os homens do Terço dos Ramires ella ligava as edades e como que mantinha, nas suas pedras eternas, a unidade da longa linhagem.

Mas sentia a grandeza e o prestimo historico d'esse arrojo que outr'ora impellia os seus a arrasar Solares rivaes, a escalar Villas mouriscas: resuscitava pelo Saber e pela Arte, arrojava para a vida ambiente, esses varões temerosos, com os seus corações, os seus trajes, as suas immensas cutiladas, as suas bravatas sublimes: dentro do espirito e das expressões do seu Seculo era pois um bom Ramires um Ramires de nobres energias, não façanhudas, mas intellectuaes, como competia n'uma Edade d'intellectual descanço.

Immediatamente, o outro agarrou a um cajado curto e saltou á estrada, affrontando a egoa, com as suissas erguidas, um riso de immenso desafio: Então estou! Venha agora a lição... E para diante é que Vossê não passa, seu Ramires de merd... Uma nevoa turvou os olhos esgaseados do Fidalgo.

Não! esse receio de uma imaginavel fragilidade de Gracinha, da sua honrada, altiva Gracinha esse receio, perverso e louco, certamente o devia varrer, com o coração desafogado e sorrindo. E, na clara solidão da estrada, Gonçalo Mendes Ramires atirou um gesto decidido e terminante que varria. Restava porém a sua propria humilhação.

Ignacio Ramires acompanha D. João VI ao Brazil como Reposteiro-Mór, negoceia em negros, volta com um bahú carregado de peças d'ouro que lhe rouba um administrador, antigo frade capuchinho, e morre no seu solar da cornada de um boi.

E no nosso Portugalsinho ainda dura a casa de Ramires! Gonçalo acudiu: Acaba agora, prima!... Não olhe para mim assim espantada. Acaba agora... Pois se eu não caso!

Depois logo de madrugada o pendão dos Ramires, o Açor negro em campo escarlate, se plantára deante das barreiras gateadas: e ao lado, no chão, amarrado á haste por uma tira de couro, reluzia o velho emblema senhorial, o sonoro e fundo caldeirão polido.

E no meio do quarto, em ceroulas, com as mãos nas ilhargas, Gonçalo Mendes Ramires concluio pela necessidade de apressar a sua Novella. Mas, quando acabarei eu essa Torre? assim emperrado, sem veia, com o figado combalido?...

Mas n'esta Humanidade nascida toda d'um homem, quem, entre os seus milhares d'avós até Adão, não tem algum avô carniceiro? Elle, bom fidalgo, d'uma casa de Reis d'onde Dynastias irradiavam, certamente, escarafunchando o Passado, toparia com o Ramires carniceiro.

O homem murmurava o nome de Nosso Senhor, na gratidão e no assombro d'aquella caridade: Mas isto é a volta do mundo... Eu aqui, na egua do Fidalgo! E o Fidalgo, o Sr. Gonçalo Ramires, da Torre, a pela estrada! Gonçalo gracejou. E, para entreter a caminhada, perguntou pela quinta do Dr. Julio, que agora se arrojára a obras e plantações de vinha.

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