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Ha por ahi muito rapaz intelligente e, a seu modo, instruido, que conhece mais ou menos Molière, Racine, Voltaire e até Rabelais e Ronsard, e que nunca leu um auto de Gil Vicente, uma canção de Camões, uma eglogla de Bernardim Ribeiro ou de Bernardes, uma carta de Ferreira ou de de Miranda.

Foi por isso que se enganou nos meios, e pensou que trazendo á nossa scena as sublimes poesias liricas, epicas, e elegiacas, chamadas tragedias de Racine, e as dissertações dialogadas de philosophia incredula, chamadas tragedias de Voltaire, o theatro resurgiria; mas o theatro deixou-se ficar morto, porque não era a voz da individualidade nacional, que o revocava á vida.

Um certo Francisco Dias, homem conhecido pelos seus talentos litterarios que cultivou no lugar humilde de uma tenda, compoz outra, cuja sorte foi, segundo creio, ainda mais infeliz do que a da condessa; e tantos esforços juntos não tem produzido um bom poeta tragico em Portugal que possa pôr-se ao do grande Corneille ou do sentimental Racine, mas ainda junto dos mais mediocres poetas tragicos do theatro francez.

Estas delicadezas não escapariam a Racine nem a Voltaire, se tratassem esta materia, porque, exactos observadores de tudo o que é decente e decoroso, não atropellariam tão facilmente o respeito da magestade, fazendo-a instrumento de crimes odiosos em um theatro em que um monarcha, se pelas paixões é um homem como outro qualquer, pela soberania é sempre executor da lei.

Mais bem salvas para a historia das letras foram as numerosas versões dramaticas do sr. Botelho amparavam-nas, seus originaes, largamente conhecidos no mundo. Alem de muitas operas de Metastasio e de quatro tragedias de Racine, Berenice, Mitridates, Phedra e Bajacéto, elle transportou para a scena portuguesa quasi todos os mais afamados dramas de Voltaire, como Mahomet, Zaíra, Bruto, Marianna,

Laffayette até Georges Sand, e desde Balzac até Zola, e desde Pascal até Renan um, o catholico que se inclina sobre o abysmo da duvida, outro, o sceptico que tem a uncção evangelista de um santo... e desde Montaigne até Anatole France, e desde Racine até Bourget... os finos psychologos do eterno feminino e desde Ronsard até Victor Hugo, e desde Marot até Verlaine, e desde a grande renascença do seculo XVI até ao magnifico movimento do romantismo, têem enchido o mundo da arte, e da poesia, e da realidade, e da ficção, de obras primas sem conta e sem medida!...

Pensadores que não pensam nada: archeologos capazes de reconhecer etruscos nos cacos que os barris do lixo patenteiam á porta das escadas e apenas um ou outro nome clareia na bancada onde esphacelam uns de cachexia, e idiotisam outros na adoração da propria chateza. Necessario pôr em armas um forte cordão de tropas, que preserve d'um tal contagio o resto da gente limpa. Por mim, insurjo-me ámanhã: os valentes que me sigam! O theatro sobretudo, ergamol-o da bestificação em que jaz. Se não ha quem produza bom, resuscitemos os velhos, como em França. A Comédie Molière, Racine e Corneille duas vezes por semana. O mesmo nas matinées do Odéon. Não prestam os artistas?

Racine, o proprio Racine falla M. Magnin antes de suas audaciosas sublimidades virem a ser, com o tempo, a linguagem da razão, não se salvou da denominação de extravagante, que os espiritos prosaicos lhe davam prodigamente, nem, tão pouco, dos acerbos remoques dos que se persuadiam oraculos do bom-senso e do bom-gosto. Não sei se isto terá todo o cabimento no caso presente.

Se os paizes se caracterisam, em geral, pelos nomes dos seus homens celebres, dos seus immortaes: a França, por Racine, por Corneille, por Moliére, por Lamartine, por Gambetta; a Inglaterra, por Byron, Shakespeare e Gladstone; a Allemanha, por Schiller, Goethe, Mozart, Beethoven; a Italia, por Dante, Petrarcha, Mazzini, Garibaldi; a Grecia, por Homero e Demosthenes; Roma, por Virgilio e Cicero; a Hungria, por Kossuth; a Hespanha, por Velasquez, Cervantes e Castelar, nós, proclamando Portugal, como a patria de José Estevão, teremos prestado á sua memoria a maior das consagrações, tornando-o um symbolo um symbolo da patria livre e redimida, da liberdade victoriosa e da emancipação da consciencia portugueza.

A minha amiga seguindo as tradicções que encontrou assentes, pergunta-me se póde deixar ler a sua filha Paulo e Virginia, esse idyllio que tem cem annos e que ameaça ser eterno, ou Jocelyn, o poema mais perigosamente mystico que eu conheço. Falla-me no Genio do Christianismo, de Chateaubriand, e nas tragedias sacras de Racine.

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